Parcelas de empréstimos consignados contratados por funcionários e descontados na folha de pagamento não foram repassadas ao banco.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Campinas (SP) recebeu uma grave denúncia contra a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Araras (SP). A entidade não teria repassado aos bancos, as parcelas de empréstimos consignados contratados por funcionários e que são descontadas na folha de pagamento mensal.
A inadimplência gerou desconforto e constrangimento aos colaboradores, visto que, segundo apurado pela reportagem, alguns deles foram impedidos de contratar serviços em outros bancos e financeiras por conta da restrição bancária em seus CPFs, em razão dos débitos em aberto.
De acordo com a Assessoria de Comunicação do MPT, outras irregularidades foram levadas ao órgão, como os desvios de função, jornadas extraordinárias em desacordo com a lei, exigência de dobra nos plantões, falta de pagamento das horas extras devidas, férias não remuneradas, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) não depositado, sobrecarga de trabalho de trabalhadores que assumem pacientes da UTI em percentual acima do previsto em lei, além da falta de material básico.
Procurada pela nossa reportagem, a diretora do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Sinsaúde), Tereza Aparecida Mendes confirmou a denúncia, e falou também sobre uma assembléia que está marcada para a próxima semana, sobre o parcelamento do 13º salário dos funcionários.
No dia 29 de outubro, o Ministério Público do Trabalho recebeu do Sinsaúde informações adicionais sobre as denúncias recebidas. O sindicato afirmou que atraso no pagamento das férias vinha acontecendo, mas após o contato com o sindicato com a direção do hospital a situações foi regularizada. Confirmou também que houve a terceirização do setor de Raio-X, e que na ação judicial que requer o pagamento do FGTS não depositado, existe uma proposta de parcelamento dos débitos.
