Estudo coletou dados de mortes por suicídio e lesões autoprovocadas no Brasil entre 2010 e 2019. Quem precisa de apoio pode entrar em contato com o Centro de Valorização à Vida.
Entre 2010 e 2019, ocorreram no Brasil 112.230 mortes por suicídio, o que representa um aumento de 43% no número anual de mortes, que foi de 9.454 em 2010, para 13.523 em 2019. A informação é de um boletim epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado em setembro de 2021, como resultado de um estudo do ministério que analisou dados de óbitos por suicídio registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), entre 2010 a 2019, e de notificações de violências autoprovocadas registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), em 2019.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que no mundo, mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio anualmente, sendo a quarta maior causa de mortes de jovens de 15 a 29 anos de idade. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, o aumento do risco de morte por suicídio foi registrado em todas as regiões do país, com destaque para as regiões Sul e Centro-Oeste, que em 2019 tiveram taxas de 10,41 mortos por 100 mil habitantes e 8,30 mortos por 100 habitantes, respectivamente. A taxa nacional no mesmo ano foi de 6,65.
O estudo identificou ainda que os homens apresentaram um risco 3,8 vezes maior de morte por suicídio que as mulheres. No entanto, o aumento de óbitos por suicídio de 2010 a 2019 foi verificado para ambos os gêneros: 29% para as mulheres e 26% para os homens.
Já quando às faixas etárias, também se verificou aumento de óbitos por suicídio em todas, mas o dado mais relevante diz respeito aos jovens brasileiros. As mortes de adolescentes por suicídio tiveram um aumento de 81% entre 2010 e 2019 e, embora as crianças e jovens de 5 a 14 anos ainda figurem a faixa com a menor taxa do país, eles apresentaram um crescimento de 113% na taxa de mortalidade por suicídios.
Em 2019, também foram registradas 124.709 lesões autoprovocadas em todo o país, um aumento de 39,8% em relação a 2018. Nesse caso, as mulheres foram a grande maioria das vítimas de lesões autoprovocadas, representando 71,3% do total de registros. Os números se concentraram na faixa etária de 20 a 39 anos, com 46,3% dos casos. Jovens de 15 a 19 anos aparecem na segunda posição, com 23,3% dos casos.
O Ministério da Saúde enfatiza que o suicídio é um fenômeno complexo, multifacetado e multifatorial, que engloba inúmeras questões da vida de uma pessoa. Atualmente, ele se configura em um problema de saúde coletiva e o estudo, segundo o ministério, poderá servir para a elaboração de políticas públicas eficazes de prevenção e enfrentamento do problema. Ele pode ser prevenido com intervenções individuais e coletivas de diagnóstico, atenção, tratamento e prevenção a transtornos mentais, ações de conscientização, e promoção de apoio socioemocional.
Se você ou alguém que você conhece está passando por problemas, ligue 188 ou entre em contato com o Centro de Valorização à Vida (CVV), que fornece apoio a pessoas em sofrimento 24 horas por dia, todos os dias.
Para acessar o conteúdo completo do estudo do Ministério da Saúde, clique aqui.
