MP pede apuração de supostos crimes de abuso de autoridade e lesão em abordagem de mulher

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Administradora de empresas foi abordada pela Guarda Civil Municipal em Araraquara (SP) após descumprir quarentena em praça. 

O Ministério Público (MP) de Araraquara (SP) pediu à Polícia Civil a instauração de inquérito para apurar suspostos crimes de abuso de autoridade e lesão corporal por parte de agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) durante a abordagem da administradora de empresas Silvana Tavares Zavatti, que caminhava na praça durante a decisão de quarentena no município.

Durante a abordagem no dia 16 de abril, na Vila Harmonia, Silvana reagiu e chegou a morder o braço de uma das guardas que fazia a detenção. A Prefeitura Municipal de Araraquara disse que a GCM age com diálogo e informação no cumprimento da quarentena, necessária para a não proliferação do Covid-19.

Disse ainda que a administradora de empresas foi detida por desacato à autoridade e por agressão a uma guarda municipal.

A administradora de empresas Silvana Tavares Zavatti disse que mordeu guarda porque não conseguia respirar ao ser imobilizada em Araraquara — Foto: A Cidade ON/Araraquara

Pedido de apuração

A promotora de Justiça Patrícia Sguerra Vita e Castro requereu à Delegacia de Polícia Seccional de Araraquara a abertura de uma apuração sobre os supostos crimes. Para a promotora, os decretos municipal e estadual que estabelecem quarentena “não dão supedâneo legal à prisão da munícipe”.

Castro acrescentou ainda que o “eventual ato de resistência decorreu do natural inconformismo gerado pela ação ilegal e abusiva dos agentes municipais (…)”.

Praça dos Advogados em Araraquara (SP) — Foto: Reprodução Google Maps

Abordagem

De acordo com o boletim de ocorrência, Silvana estava na Praça dos Advogados, localizada na Avenida Napoleão Selmi Dei, quando foi abordada por três guardas municipais, que solicitaram a saída dela do espaço com base no decreto municipal.

A administradora de empresas se recusou a sair alegando respaldo no “direito de ir e vir”, da Constituição Federal, e permaneceu no local. Segundo o B.O., os guardas solicitaram a presença do coordenador executivo de Segurança Pública, Tenente Eudes Abraão.

Ela resistiu, foi imobilizada, algemada e levada até à delegacia. Durante a imobilização ela modeu o braço de uma guarda municipal. Silvana prestou depoimento e foi liberada em seguida. O caso foi registrado no 1º Distrito Policial de Araraquara como infração de medida sanitária preventiva e resistência.

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