Mulher cai em golpe do falso boleto e perde quase R$ 1.500,00 ao pagar duas parcelas atrasadas de seu carro em Araras, SP

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A vítima realizou o pagamento do boleto, mas só descobriu que havia caído num golpe depois de 4 dias.

Uma mulher de 41 anos caiu no golpe do falso boleto e perdeu quase R$ 1.500,00. A vítima realizou o pagamento do boleto na tarde de quinta-feira (22), mas só descobriu que havia caído num golpe na manhã de segunda-feira (26), em Araras (SP).

De acordo com a Polícia Civil, Crisleine Regina de Medeiros, compareceu na unidade, relatando que teria feito um acordo com o Banco Votorantin, referente as duas parcelas do financiamento de seu carro que estavam em atraso. Segundo ela todo procedimemento foi feito através do Whatsapp, de estelionatários se passando pela BV  financeira, dizendo que a vítima deveria pagar um boleto no valor de R$ 1.417,65, referente ao financiamento do seu veículo.

A vítima acreditando que se tratava realmente da financeira, uma vez que o valor da suposta mensagem se aproximava do valor que ela paga da parcela de seu veículo, acabou pagando o boleto. A vítima relatou no boletim de ocorrência, que os golpistas utilizaram um número de São Paulo e a logomarca da BV financeira e que não desconfiou de nada. O Detalhe é que o boleto não estava no nome da financeira, contudo, a vítima não conferiu antes de efetuar o pagamento.

Descobriu o golpe

Ainda de acordo com informações, a vítima logo após “pagar as parcelas atrasadas”, ela recebeu um telefonema da BV Financeira, cobrando as duas parcelas em atraso, momento em que a vítima questionou, dizendo que já havia pagado o boleto da parcela.

A vítima então informou para a financeira o numero de contato que ela havia enviado o comprovante de pagamento, mas foi informada que o contato não era o da financeira, e que a vítima havia caído em um golpe. Ainda segundo o boletim de ocorrência, o comprovante de pagamento estava em nome do MercadoPago. “Fui vítima de um golpe, paguei duas parcelas do meu carro pelo banco BV, e não dava baixa, quando entrei em contato com o banco eles me informaram que o site foi rackeado e que eu tinha caído em um golpe aonde eles não podem me reembolsar, fiz o boletim de ocorrência e fui atrás de toda forma, porém não consegui nenhum retorno até agora”, relatou Crisleine.

Fica o alerta, não pague boletos sem antes, conferir as informações pessoais no boleto e se realmente se trata de um boleto confiável.

Rifa para não perder o carro

Bastante abalada psicológicamente, a vítima fez uma ripa para poder recuperar o dinheiro que foi perdido, já que na terceira parcela o carro entra em busca e apreensão. “Meu psicológico está abalado pois não é fácil pra ninguém cair em um golpe desse, e ainda quase perder o carro pois são duas parcelas já. Então pra eu poder estar pagando novamente essas parcelas eu fiz uma rifa pra poder recuperar o que foi perdido, porque na terceira parcela o banco já vem buscar o carro. O prêmio da pessoa que ganhar vai ser 500,00 em dinheiro. Quem puder me ajudar eu peço de coração, quem não puder tudo bem, só não critique”, finalizou Medeiros.

BV é condenada a indenizar vítimas do golpe do boleto falso

A BV Financeira deverá indenizar um casal que foi vítima do golpe do boleto falso ao tentarem pagar o financiamento de um veículo. Assim, o documento para pagamento foi emitido através de um site clonado, que continha todas as informações da instituição.

Dessa forma, foi reconhecida a falha prestação do serviço e foram arbitrados os valores de R$ 72 mil por danos materiais, e de R$ 6 mil, por danos morais. A Segunda Turma Julgadora da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) que proferiu a decisão.

O golpe

De acordo com os advogados Marcelo de Oliveira Matias e Ana Carollina Silva Calaça, foi feito um contrato de financiamento com a BV Financeira para pagamento em 48 parcelas. Assim, após a quitação de 11 prestações, o marido da proprietária do veículo decidiu quitar o débito. Então, ele foi até uma agência do banco, contudo o local estava fechado em decorrência da pandemia da Covid-19. Dessa forma, acessou o site da empresa que constava no verso do carnê.

Depois da confirmação de dados da instituição, conversas por meio de chat e direcionamento para aplicativo de mensagens, o boleto foi gerado. Assim, o documento foi quitado em outro banco, onde o consumidor pediu confirmação de sua veracidade. Todavia, após o prazo para confirmação do pagamento, a dívida permaneceu, isto é, o casal foi vítima de um golpe.

A BV alegou que a culpa era exclusiva do consumidor por falta de cautela, ausência de responsabilidade e impossibilidade de devolução dos valores que nunca havia recebido. Porém, em primeiro grau, o juízo decidiu que não era possível concluir que o consumidor foi imprudente.

Ademais, solicitou uma garantia de que estava falando com o banco, oportunidade que a atendente lhe informou que, com o número de protocolo, era possível acessar a página da instituição, que estava indisponível.

Decisão

O relator destacou que a BV, ao disponibilizar aos seus clientes a facilidade de comunicação fora das agências (agências virtuais) e serviços próprios, deve  proporcionar segurança e auxílio, tanto no meio físico quanto no meio virtual. Portanto, se disponibilizadas operações financeiras pela internet ou terminais, o banco é responsável por assumir os riscos da atividade bancária eletrônica.

Em síntese, ficou decidido que o banco deve ser responsabilizado pelo vício na prestação do serviço por ele disponibilizado, independentemente da existência de culpa, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Fonte: Seu Crédito Digital

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