Justiça aceitou denúncia por homicídio qualificado e solicitou imagens feitas pela acusada. Defesa pedirá novo habeas corpus ao STJ para Cláudia Nascimento, presa desde dezembro.
A Justiça aceitou a denúncia contra a mulher que matou o marido atropelado e gravou um vídeo confessando o crime em Ituverava (SP). Com a decisão expedida este mês, Cláudia Aparecida Fernandes Nascimento, de 47 anos, passa a ser acusada por homicídio qualificado.
O juiz Jose Magno Loureiro Junior ainda solicitou a certidão de antecedentes criminais dela, laudos da perícia no local dos fatos e no carro usado pela ré no atropelamento, bem como o exame no corpo da vítima, imagens de câmeras de segurança e o vídeo gravado pela acusada logo após o crime.
Presa na penitenciária feminina de Guariba (SP) desde o final de dezembro , quando foi detida em flagrante após a morte de Adriano Joaquim Sampaio, de 45 anos, a mulher alegou legítima defesa no homicídio, argumentou que é ré primária e tem residência fixa, além de problemas de saúde que a impedem de permanecer na cadeia, mas teve habeas corpus rejeitado.
Procurado, o escritório Ravagnani Neves, que atua na defesa de Cláudia em Ituverava, reforçou o argumento de que a mulher agiu para se defender e confirmou que entrará com um novo pedido de habeas corpus junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Com relação à denúncia ministerial, a defesa respeita o entendimento do Ministério Público, contudo demonstrará nos autos que a acusada Cláudia era vítima frequente de violência doméstica e só agiu deste modo no instinto de preservar a sua vida”, comunicou.
Atropelou e gravou vídeo
O crime foi cometido em 28 de dezembro. Segundo informações registradas em boletim de ocorrência, Adriano Joaquim Sampaio, de 45 anos, morreu após ser atingido duas vezes de carro no bairro Marajoara, por volta das 20h40.
A PM apurou inicialmente que Cláudia atingiu Adriano com um automóvel logo depois de encontrá-lo em frente à casa dela. Os policiais também ouviram testemunhos de que o homem ainda tentou se levantar e fugir, mas foi atropelado uma segunda vez antes de morrer.
De acordo com a SSP, a vítima foi arrastada por alguns metros e ficou presa nas ferragens. Quando os agentes chegaram ao local, encontraram o homem sob o carro e confirmaram a morte. O corpo foi retirado com a ajuda de moradores.
Pouco antes da chegada das equipes, Cláudia começou a gravar um vídeo, em que confessa ter atropelado Adriano. Ela conta que tinha uma medida protetiva, mas vinha sendo ameaçada de morte por ele.
“Se eu tiver que chorar eu vou chorar, porque eu amo, mas de arrependimento eu não vou chorar. Ele me fez sofrer”, disse na gravação.
Ainda enquanto Cláudia gravava o vídeo, era possível ouvir o som de sirenes no local. A mulher se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas teve a embriaguez constatada por um médico legista.