Mulher que se recupera de coronavírus recebe alta no dia do aniversário do marido: ‘Vamos comemorar juntos’

PUBLICIDADE

Katia Peliceri permaneceu internada por 10 dias e deixou o hospital na última quinta-feira (16), justamente quando o marido, que também havia se recuperado da doença, fazia aniversário.

A partir deste ano, o dia 16 de abril passou a ser um novo aniversário para a comerciante Katia Aparecida Honorato Peliceri, de 51 anos. Afinal, foi o dia em que ela teve alta de um hospital particular de Mogi das Cruzes (SP) após ter ficado pouco mais de uma semana internada e tendo de enfrentar os fortes sintomas provocados pelo novo coronavírus.

E a quinta-feira foi ainda mais especial porque a alta aconteceu no dia do aniversário do marido, com quem Katia teve a alegria de se reencontrar após o período de internação e de nenhum contato com a família.

O emocionante momento da saída, com direito até a canto de parabéns, foi registrado por funcionários do hospital, que também se despediram da paciente com muitos aplausos.

“Tudo o que eu queria era ir embora. Você sofre muito de ficar no quarto isolada. Você tem todo o conforto, mas ao mesmo tempo não tem ninguém. Quem entra parece um robô. Foi a maior alegria do mundo. Vou fazer aniversário com o meu marido todos os anos”.

Katia conversou com a nossa reportagem um dia após ter tido alta e contou que havia feito um cruzeiro entre os dias 16 e 19 de março, ao lado do marido e um casal de amigos. Durante a viagem, o marido dela começou a passar mal, e assim permaneceu nos dias seguintes, com sintomas como dor de cabeça, dores no corpo e febre. Mais tarde, o exame dele para coronavírus também daria positivo.

“Nós nos divertimos muito no primeiro dia. No segundo dia, meu marido já começou a passar mal e praticamente não aproveitou. Ele é diabético. Eu fiquei bem. Chegamos da viagem e ele ficou mal por quase dez dias, mas se manteve dentro de casa e passou. O casal que estava com a gente também ficou mal, mas não precisou ir para o hospital. E acho que acabei pegando”.

A comerciante contou que foi ao hospital devido a dores no corpo, mas que os exames não acusaram problemas. Porém, o quadro se agravou em poucos dias, e ela teve de retornar ao hospital por causa das dores, da tosse e de uma dificuldade grande para respirar.

“No dia 30 de março estive no hospital, fiz exames e não deu nada. Meu pulmão estava bom. Só que eu estava com muita dor no corpo. Passaram-se alguns dias, e no dia 6 de abril eu já estava muito mal. Aí fui para o hospital e de lá não saí mais. Os dois pulmões já estavam comprometidos. É uma doença traiçoeira, porque você praticamente para de respirar, fica sem andar. Não consegue ter força mais, não consegue ficar sem o oxigênio. Enquanto você está mal você não lembra, mas depois você começa a cair na realidade, que está isolada no quarto”.

Katia ficou internada no hospital de Mogi entre os dias 7 e 16 de abril, período em que precisou fazer uso constante de oxigênio. Além dos sintomas provocados pelo novo coronavírus, um dos principais obstáculos que ela teve de enfrentar foi o isolamento, que a impossibilitava de ter qualquer contato com os familiares.

Após mais de uma semana de internação e de muita saudade da família, Katia teve o emocionante reencontro com o marido e agora aguarda ansiosa para voltar a abraçar o filho e a filha, que está grávida. Ela ainda não pôde se aproximar dos filhos justamente como medida de prevenção.

Katia agora se recupera da doença e, além de já ter superado praticamente todos os sintomas, o fato de estar em casa novamente é outro motivo de imensa alegria: “Agora estou bem. Ontem [quinta-feira] ainda tive um pouco de cansaço, porque, se você conversa muito, você fica cansada. Tem um pouco de fraqueza ainda, mas estou bem. Só de estar em casa já é muito bom”.

PUBLICIDADE
PLÍNIO DPVAT