“Não tenha medo de denunciar”, diz jovem que foi abusada pelo padrasto aos 8 anos em Araras, SP

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Segundo a jovem sua mãe precisou arrumar emprego, já que o namorado dela não estava trabalhando, havia sido mandado embora de uma empresa de construção civil que ela trabalhava como servente.

Na manhã deste domingo (12), o site Repórter Beto Ribeiro foi procurada por uma jovem de 21 anos, que wpwdiu para não ser identificada, e que relatou a nossa equipe os abusos que sofreu por parte de seu padrasto quando era criança em um bairro da região norte de Araras (SP).

De acordo com ela, tudo começou dois anos após a morte de seu pai por infarto, a mãe da garota que na época tinha 8 anos, arrumou um companheiro e depois de três meses de namoro o levou para dentro de sua casa. “Eu não gostei da ideia, mas como eu era criança não falei nada, ou não podia falar nada”.

Por duas vezes em menos de um mês, peguei o namorado da minha mãe me espiando tomando banho e uma vez na janela do quarto me olhando trocar de roupa para ir à escola. “Contei para minha mãe e ela disse que era coisa da minha cabeça. Essa situação voltou a se repedir ao longo dos meses e, eu sempre calada”.

Mãe precisou arrumar emprego

Segundo a jovem sua mãe precisou arrumar emprego, já que o namorado dela não estava trabalhando, havia sido mandado embora de uma empresa de construção civil que ela trabalhava como servente. “A partir desse momento, eu passei a ficar sozinha com ele, foi quando o namorado da minha mãe, que eu nem gosto de dizer que era meu padrasto, abusou de mim. Primeiro ele entrou no quarto comigo dormindo, logo que minha mãe saiu para trabalhar e se deitou na minha cama e começou a me acariciar. Em tom de ameaça, ele pediu pra eu não falar nada pra ninguém, senão aconteceria algo ruim comigo e minha mãe”.

“Desse dia em diante, os abusos foram se tornando frequente, até que um dia ele abriu a porta do banheiro enquanto eu tomava banho e abusou de mim. Nessa época eu já estava com 9 anos. Foram dois anos de sofrimento, calada, não falava nada pra ninguém. Eu tinha vergonha de tudo isso, tinha noj desse homem e medo de ficar em casa com ele. Até que um dia contei para uma amiga, que sempre me perguntava porque eu era triste”.

Procuraram o Conselho Tutelar

A menina, contou o caso para seus pais que deram apoio a sua amiga, vítima de abuso e juntos procuraram o Conselho Tutelar que deu início ao processo para garantir os direitos dessa vítima de abusos. “Hoje eu sou casada, tenho uma filha e estou bem. Minha mãe e o namorado dela se mudaram para Minas Gerais, com medo dele ser preso e depois de algum tempo, ela morreu de cirrose e ele nunca mais ouvi falar”.

Ela destacou a importância de denunciar. “Não se calem, se eu tivesse denunciado o meu caso no começo, quando ele só me espiava tomando banho e trocando de roupa. Acredito que eu não tivesse sido estuprada e passado dias de pânico. Fiz um longo tratamento com com uma profissional de Psicologia da rede pública. Então reforço mais uma vez Repórter Beto Ribeiro, não se calem, não tenha medo de denunciar”.

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