Músico autoral se apresenta no Teatro Estadual de Araras (SP) neste domingo, dia 18, a partir das 20 horas.
O músico e compositor lemense Jacintho acaba de lançar nas plataformas digitais seu primeiro álbum autoral Tropical Desespero, com vídeos das músicas traduzidos por um intérprete para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Uma mistura de ritmos latinos e melodias dão vida a nove canções e um prelúdio, cujas narrativas de amor e histórias do cotidiano podem ser compreendidas e sentidas por todos, inclusive, pela população surda ou com algum tipo de deficiência auditiva.
Para apresentar o novo trabalho, o artista se apresenta de graça no próximo domingo (18/8), no Teatro Estadual “Maestro Francisco Paulo Russo”, a partir das 20h, o show “Tropical Desespero”, com influências que vão do flamenco, baião, cumbia e salsa, a inspirações do reggaeton e funk, mesclando numa leitura pop. O show foi desenvolvido com apoio do ProAC – Programa de Ação Cultural, sendo realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo.
Quem abre o show é o compositor Vítor Guima, que apresenta o seu novo disco O Estrangeiro. Guima trará canções inéditas inspiradas pela mistura da poesia e literatura de Albert Camus, Fernando Pessoa e Charles Baudelaire, e pelas melodias clássicas de Bob Dylan, Belchior, Joni Mitchell, Patti Smith e Lô Borges: um trabalho cheio de referências que passeiam pelo folk, rock e o samba.
“Tropical Desespero trata de uma abordagem direta sobre o contexto latino-americano e parte de minha identidade que está ligada ao fluxo migratório nordestino no interior de São Paulo, que tem a ver com o bairro onde cresci e formação familiar. A construção conceitual do álbum carrega uma série de analogias e interpretações que falam sobre as relações humanas”, pontuou o artista.
O músico lemense lançou nove clipes, com a participação de um intérprete de Libras do início ao fim, em seu canal do YouTube (Jacintho), com o objetivo de promover o trabalho da inclusão e a acessibilidade cultural de pessoas surdas.
“Normalmente, os vídeos trazem o intérprete de libras no cantinho da tela. A ideia foi abrir espaço para a música acessível, colocando a intérprete no centro da tela e como protagonista do vídeo”, explicou Jacintho.
Seu primeiro disco conta com a participação da banda Francisco el Hombre, conhecido por tocar em festivais como Lollapalooza no Brasil e Vive Latino no México.
“A ideia do álbum é justamente referenciar os povos da América Latina que estão por meio dos trópicos e que fazem parte de uma ocupação geográfica tropical, de fartura e riquezas naturais, tão cobiçados por olhares imperialistas. ‘Desespero’, por exemplo, é sobre o processo de dominação, sobre a diáspora recorrente, exploração e colonização desses povos, de um massacre identitário que perdura há séculos e sem dúvidas segue até hoje”, explica Jacintho.
Com produção assinada por Felipe Cordeiro e Rafael Barone (Liniker e os Caramelows), o músico define o processo de produção como uma relação de complementação e sincronia perfeita. “O Barone tem uma veia muito ligada com aspectos relacionados a timbres, texturas, modo de captação e experiências mais técnicas dentro do estúdio, enquanto que o Felipe é um cara de feeling, articulado na direção artística e levantamento de arranjo”, diz o artista.
Fotos: Gabriela_Araujo
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