Novos ajustes no setor de alimentação dificultam ainda mais as compras em mercados

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Em um curto prazo, não há indicação de possível reversão na inflação do segmento, que corresponde a 40% do total da elevação.

Os brasileiros sentem o peso da inflação dos alimentos. Cada vez mais, percebem que os carrinhos ficam mais vazios, porém mais caros. E os números comprovam, de fato, a situação: o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril fechou em 1,06%, e 40% desse total da inflação oficial do país é composto justamente pelos segmentos da alimentação e bebidas.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve os seguintes reajustes no setor de alimentação: cenoura, 150%; repolho, 66%; batata inglesa, 67%; abobrinha, 77%; melão, 75%; morango, 71%; tomate, 48%. Segundo o IBGE, de janeiro a abril de 2022, o setor de hortifrútis teve uma inflação de 53% nos legumes e 40% nas verduras. Os números comprovam ainda que em abril houve um reajuste de itens básicos: arroz, 2,2%; feijão, 7%; macarrão, 3,5%; leite, 10%; e óleo de soja, 8,2%.

A equipe de reportagem da Jovem Pan ouviu algumas pessoas que estavam fazendo compras em um supermercado para saber a opinião delas sobre o problema e como estão fazendo para manter uma boa alimentação à mesa: “Eu venho praticamente todos os dias aqui no mercado, buscando as ofertas. E tenho deixado de comprar alguns produtos mesmo. Tudo, de um modo geral, está muito caro. O alimento subiu absurdamente”, comenta um senhor.

Uma mulher que estava no mesmo estabelecimento disse quais alternativas tenta buscar na hora das compras de mercado. “Procuro ir na feira, olhar as ofertas e troco o que pode”. Já um segundo homem comentou como até as crianças já percebem a elevação dos preços: “Eu sou professor e eu estava dando aula, e os alunos estavam comentando que o tomate está R$ 13 o quilo. Eu vejo as crianças e os adolescentes falando que está caro. E não pagam. Imagine para gente que paga. Está bem caro mesmo”, disse.

A alta inflação penaliza ainda mais as famílias de baixa renda, que dentro do seu orçamento precisam reservar um percentual considerável para levar a comida para casa. As explicações para os aumentos são a pandemia da Covid-19, o aumentos dos insumos, fertilizantes no campo, seca, uma forte geada, final do ano e início do ano com muita chuva, guerra na Ucrânia e a repercussão no mercado internacional de petróleo, fretes mais caros em razão da elevação do petróleo e do diesel. Por isso, nada indica, num curto prazo, que haverá uma reversão na inflação dos alimentos no dia a dia dos brasileiros.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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