Número de empresas fechadas diminuiu em 2015, segundo IBGE

O Paraná foi o Estado que mais gerou emprego nas microempresas na região Sul nos primeiros quatro meses deste ano. Dados do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência Social, mostram que o Estado apurou um saldo positivo - entre admitidos e demitidos - de 12,8 mil vagas no período. Foto: Arnaldo Alves / Srquivo ANPr.
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Apesar do resultado positivo para o setor, no mesmo período, o número de desempregados aumentou no Brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, o IBGE, divulgou nesta quarta-feira (4) a Demografia das Empresas 2015, pesquisa que mostrou uma diminuição na taxa de saída das empresas do mercado. O levantamento avalia o desempenho desses empreendimentos no ano, com base nos movimentos de entrada e saída do mercado, além da sobrevivência deles. De acordo com o estudo, 15,7% de empresas fecharam as portas em 2015. O número mostra uma queda cinco pontos percentuais em relação a 2014, quando a série apresentou seu maior índice, de 20,7%.

Newton Marques é professor da UnB e ex-economista do Banco Central. Segundo ele, o fechamento desses negócios em todo país pode ser creditado à recessão que chegou ao país. Isso porque, apesar de uma melhora relativa nesse quesito, mais de um milhão e meio de postos de empregos foram fechados em 2015. Essa contradição pode ser explicada, segundo Newton Marques, por conta de uma mudança nas atividades econômicas desses trabalhadores. “Muitos trabalhadores preferiram a informalização ou até mesmo se tornaram microempreendedores individuais. Então por isso a estatística não mostra um número que se equivale à queda das empresas nesse período”, explica Newton.

A constatação feita pelo economista é confirmada pelo estudo. De acordo com o levantamento, foi registrado um aumento de participação de microempresas no mercado, pulando de 38,5% de 2014 para 40,2% em 2015. Todas as outras categorias – pequenas, médias e grandes empresas – apresentaram queda.

Também houve queda em relação às empresas que entraram no mercado. Se em 2014, o índice foi de 15,9%, em 2015, o indicador ficou em 15,6%. Esse registro de entrada das empresas vem diminuindo há seis anos consecutivos e, no entanto, a marca de 2015 é a menor registrada. Newton acredita que o endividamento dessas empresas chegou a um patamar insustentável, sem condições de se manterem como médias e grandes empresas.

Índice de sobrevivência das empresas é o maior em quatro anos

Apesar dos índices mostrarem um cenário um tanto quanto desanimador, a taxa de sobrevivência das empresas em 2015 foi a maior em quatro anos, atingindo os 80,4%. Confira o comparativo com anos anteriores na tabela abaixo:

“Você vê que naquele momento pode ter tido um nível de endividamento maior, mas talvez as taxas de juros não foram tão elevadas. Então as dívidas foram renegociadas. Quando existe essa possibilidade, existe uma sobrevivência maior, foi isso que pode ter acontecido nesse momento da pesquisa”, supõe o economista Newton Marques. Com relação às empresas que surgiram em 2010, 37,8% permaneceram em atividade até o fim de 2015. Entre os segmentos que apresentaram maior quantidade de estabelecimentos funcionando estão o de saúde humana, serviços sociais e atividade imobiliária, já o comércio foi o setor que mais sofreu com os fechamentos. Newton Marques afirma que isso pode ser explicado pela necessidade de uma alta rotatividade no comércio, enquanto as que se mantiveram em atividade, enquanto as demais conseguem sobreviver com um fluxo sazonal.

2016 terá índices piores

Para Newton Marques o levantamento do ano de 2016 apresentará números piores. “Vai ser pior. 2016 tende a ser pior. Só em 2017, quando tiverem os trabalhos, que nós observaremos algum tipo de estabilidade pelo menos, sem uma queda tão grande. Mas 2016 ainda apresentará números negativos”, concluiu o economista.

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