Município vizinhos como Rio Claro, Araraquara e Leme também tiveram alta. Desemprego é uma das justificativas.
O número de estudantes transferidos de escolas particulares pra rede pública cresceu em 4 das 6 maiores cidades da região neste ano em relação a 2018, segundo pesquisa da Secretaria Estadual de Educação. Araras (SP) lidera a alta de transferências passando de 87 para 121, aumento de 39%.
A crise econômica, que causou desemprego e a instabilidade na renda, justificam os números, segundo um economista. Município vizinhos como Rio Claro, Araraquara e Leme também tiveram alta.
Região
Rio Claro vem em seguida no número de aumentos, passando de 158 para 211 transferências, com alta de 33,5%. Em Araraquara passou de 240 para 307 (+27,9%).
Na sequência vem a cidade de Leme, com 33 transferências no ano passado e 42 esse ano, aumento de 27,2%. Na contramão, São Carlos e São João da Boa Vista tiveram queda nas transferências.
Crise econômica
A falta de esperança de a situação econômica melhorar a curto prazo é o principal motivo de os pais optarem por tirar os filhos das escolas particulares, que em geral são bem caras, segundo o economista Sidnei de Caria Júnior, que coordena o Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas da Fundação Hermínio Ometto (FHO).
Desempregados ou até mesmo trabalhando, muitos, simplesmente perderam a capacidade de manter um gasto tão alto no orçamento.
“A gente está com elevação na taxa de desemprego, elevação das pessoas que pararam de procurar emprego, elevação nas taxas de informalidade. Tudo isso acaba configurando um cenário que faz com que as famílias tenham menos segurança e menos estabilidade na obtenção da renda”, explicou Caria.
Segundo ele, o Brasil nunca demorou tanto tempo a sair de uma crise econômica. “Como essa é uma crise muito profunda da qual a gente está levando muito tempo para sair. Isso faz com que as famílias percam a capacidade no tempo de manter seus orçamentos estáveis”, disse.
Sem perspectiva de ter uma boa folga no orçamento a curto prazo, ela torce para que o filho consiga, daqui há dois anos, entrar em uma universidade pública. “Estamos lutando para isso e acho que tem potencial. A particular é muito cara. Se a escola já era a faculdade nem se fala”, disse.