Sindicato dos Policiais Civis diz que falta de profissionais faz com que inquéritos sejam engavetados
O número de ocorrências por delegado em algumas cidades das regiões de Campinas (SP) e Piracicaba (SP) está aumentando, o que dificulta e atrasa as investigações. O Sindicato dos Policiais Civis de Campinas e Região diz que o problema é causado pela falta de profissionais nas delegacias e o governo estadual promete fazer contratações.
“É absoluta falta de policiais na instituição. Então, a partir daí se prioriza as ocorrências mais graves e de maior repercussão. O resto fica na gaveta porque não tem policial para investigar”, diz o presidente do sindicato, Aparecido Lima de Carvalho.
Em Santa Bárbara d’Oeste, onde há quatro delegados, no primeiro semestre de 2016, eram 123,25 inquéritos por delegado. No segundo, aumentou para 131,75 e no primeiro semestre de 2017 foi para 147,75.
Em Hortolândia, no primeiro semestre de 2016, eram 221,33 ocorrências por delegado. No segundo, aumentou para 225,33 e no primeiro semestre de 2017 foi para 236. E o município, apesar do grande número de inquéritos, só tem três delegados.
“Isso é tudo culpa do governo do Estado. O pessoal não tem se preocupado com a população”, diz o empresário Almir Zanon.
Em Hortolândia, onde o plantão devia ser de 24 horas, segundo a população tem a delegacia fechada grande parte do tempo.
Em Santa Bárbara d’Oeste o sentimento da população também é de indignação. “É coisa de governo ruim, só isso. Não toma providência em nada”, diz o fazendeiro Francisco Matedi.
A Secretaria de Segurança do Estado disse que o número de inquéritos instaurados pode variar de acordo com natureza dos crimes e boletins registrados. Afirmou ainda que até o fim do ano, novos policiais serão nomeados e também será aberto concurso para a Polícia Civil.
Sobre a delegacia de Hortolândia, a secretaria afirmou que o local funciona 24 horas. Caso não tenha movimento, as portas são fechadas momentaneamente para limpeza, mas que isso não impede o atendimento.