Número de policiais civis tem queda de 16,6% em quatro anos nas 52 cidades da região incluindo Araras, SP

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Percentual é maior que a redução no estado, que foi de 11,3% no período; presidente de sindicato aponta reflexos da sobrecarga de trabalho para profissionais e cobra mais contratações.

O número de policiais civis nas 52 cidades do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior 9 (Deinter-9), sediado em Piracicaba (SP), teve uma redução de 16,6% entre 2018 e 2022. A queda no período foi maior que no estado, que teve um encolhimento de 11,3% no efetivo.

Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) e foram obtidos através da Lei de Acesso à Informação. Segundo eles, eram 1.183 policiais na região em 2018, enquanto no ano passado esse número caiu para 986, ou seja, uma redução de 197 profissionais.

“Ele [déficit] vem de décadas anteriores, infelizmente […] O policial sobrecarregado, o que ocorre com ele? Ele passa a um nível de estresse tão grande, além do que já tem pela própria função que ele exerce, que ele acaba se afastando por problemas psicológicos às vezes”, explica Aparecido Lima de Carvalho, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Campinas e Região.

Dos policiais atualmente na ativa no Deinter-9 (Piracicaba) e Deinter-2 (Campinas), 99 estão afastados por algum tipo de licença, como licença-médica ou licença-prêmio. “O governo precisa achar uma forma de ser mais rápido nessas contratações, porque é de muita urgência. Porque sem policiais falta investigação. Faltando investigação, a população fica desatendida em partes. E é isso que o governo está prometendo resolver de uma forma mais rápida possível”, acrescenta Carvalho.

Atualmente, na região de Piracicaba, cada unidade policial conta com oito policiais, incluindo delegado, agentes, investigadores, escrivães e carcereiros.

“As pessoas, raríssimas vezes, conseguem ver aquele autor do delito identificado e levado perante o poder judiciário. Não porque os policiais e a estrutura atual não querem, mas porque falta mão de obra qualificada, falta pessoal para fazer investigação, para dar andamento aos inquéritos policiais. E isso traz uma sensação de impunidade para a sociedade e causa uma insegurança porque aquele autor do delito, muito provavelmente, continuará praticando outros delitos”, analisa o vice-presidente da OAB Campinas, Paulo Braga.

Segundo a Associação dos Delegados de Polícia de São Paulo, faltam hoje cerca de 14 mil policiais no estado.

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