Parlamentar avisa que o setor pode ser motivo de grave crise no Brasil caso reforma não passe no Congresso
Em mais evidência há pelo menos seis meses, a reforma da Previdência tem sido motivo de longas discussões dentro do Governo. No Congresso Nacional, a luta é para conseguir os 308 votos necessários para que a reforma seja aprovada. A votação já foi adiada algumas vezes, mas o martelo foi batido para ser retomada em fevereiro do ano que vem.
De acordo com dados do Tesouro Nacional, a estimativa de déficit no setor previdenciário para este ano é de R$ 181,6 bilhões. O deputado do PSDB mineiro Marcus Pestana projeta que o Brasil pode aprofundar a crise econômica se a reforma não for aprovada.
“Se nada for feito, daqui a dez anos só vão sobrar 18% para educação, saúde, segurança, ciência, tecnologia, meio ambiente, relações exteriores, porque 82% vão ser para a Previdência e benefícios sociais.”
De acordo com um estudo do Ipea, o número de beneficiários de aposentadorias cresceu seis pontos percentuais entre 1992 e 2015. E a tendência é que aumente ainda mais, já que o número de idosos também cresceu no País, sendo 16% em quatro anos, como comenta o coordenador de Previdência do Ipea, Rogério Nagamine.
“O envelhecimento já está tendo impacto e isso implica a necessidade de ajustes. O aspecto positivo é que esse ajuste pode ser feito, eliminando o que a gente chama de componentes regressivos no sistema previdenciário, que são componentes que pioram a distribuição de renda.”
Para Marcus Pestana, o sistema previdenciário brasileiro não é justo e precisa ser sustentável.
“O Brasil está brincando com fogo. Se não tomarmos as atitudes corretas, nós vamos viver uma nova crise grave.”
O presidente Michel Temer avisou que não vai desistir da reforma e pediu que a discussão não parasse durante o recesso dos parlamentares, que teve início na semana do dia 18 de dezembro.
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