Levantamento é do Ibama, que juntamente com a Marinha do Brasil, liberou a embarcação para deixar o cais
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estima que os mais de 3 mil litros de óleo que vazaram do navio Golden Trader IIno Porto de Santos, no litoral de São Paulo, se espalharam por uma área de 10 mil metros quadrados (tamanho aproximado de um campo de futebol). A embarcação seguiu viagem neste sábado (11).
O acidente aconteceu no domingo (6), quando a Marinha do Brasil estimou preliminarmente que 100 litros do produto tinham sido derramados durante abastecimento. A embarcação estava atracada no Armazém 38, na margem direita do cais, onde um plano de emergência foi iniciado em seguida. Ninguém ficou ferido.
Segundo a agente ambiental federal Ana Angélica Alabarce, que integra o grupo de emergências do Ibama, o óleo se espalhou pelo costado dos armazéns 38 e 37. Uma quantidade pequena do produto atravessou o Canal de Estuário e foi localizada no costado do Terminal de Contêineres (Tecon), Margem Esquerda.
“Trata-se de um acidente grave, de grandes proporções. Ao longo da semana, acompanhamos toda a limpeza da área, do casco do navio e monitoramos o trabalho das equipes. Com a situação sob controle, autorizamos o giro da embarcação para que ele fosse afastado do costado original “, explicou a agente federal.
Angélica se refere à manobra do navio, que estava atracado no costado Armazém 38, e que foi deslocado para o 37, localizado nas proximidades. “Justamente para verificamos os impactos em cada lado do casco e para a real e correta limpeza do costado, que fica prejudicado quando o navio está no local. Toda a área foi limpa”.
Mais de 600 metros de barreiras de contenção foram utilizadas durante a manobra. “Mergulhadores limparam o casco da embarcação para que não sobrasse nenhum resíduo. Tudo que foi localizado no mar foi absorvido por um material próprio e depois retirado pelas equipes contratadas pelo navio”, informou.
Após cinco dias de trabalho e com o aval do Ibama, a Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) autorizou o navio a seguir viagem. A embarcação deixou o cais na madrugada deste sábado, informou o órgão. Um inquérito foi iniciado pela autoridade marítima para apurar causas e responsabilidades do acidente.
Vazamento
O terminal onde o navio graneleiro operava executou o Plano de Emergência Individual, informou a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a autoridade portuária. Três empresas instalaram barreiras de contenção no cais e iniciaram o trabalho de limpeza no mar em seguida.
Inspeções rotineiras foram feitas nas regiões do Sítio Conceiçãozinha, Praia do Góes e Praia do Sangava, em Guarujá (SP), e na Ponta da Praia e Ponte Edgard Perdigão, em Santos. Segundo os técnicos, não foram encontrados outros vestígios de óleo além da área onde o navio estava atracado.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) acompanha os trabalhos e informou que Ibama deverá aplicar sanções aos responsáveis. A Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos de São Paulo, abriu um inquérito para apurar as possíveis causas e responsabilidades.