‘Osso é vendido e não dado’: alta no preço da carne bovina reduz consumo

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Compra do produto entre brasileiros é o mais baixo em 25 anos. Na capital catarinense, a carne é o produto mais caro da cesta básica, com aumento de 30,5% nos últimos 12 meses.

Além de pesar no orçamento, o aumento recorrente do preço da carne bovina alterou o hábito de consumo dos moradores de Florianópolis (SC) e trouxe insegurança para pequenos comerciantes. Segundo Ari dos Santos, que há 20 anos possuiu um mercado e açougue na capital, a procura pelo item diminuiu 50% nos últimos meses.

Helo Santos, de 60 anos, é uma das consumidoras que parou de comprar o item durante a pandemia e agora o substitui por ovos, peixe e legumes ou verduras. Em 2020, o consumo de carne bovina entre brasileiros caiu para o nível mais baixo em 25 anos. “Não como mais carne de gado, não. Não tem como, está tudo muito caro”, comenta.

Comerciante colocou placa com preço do quilo de ossos de boi — Foto: Caroline Borges/G1 SC

Caiu muito o movimento

Em 2020, cada brasileiro consumiu 26,4 quilos da proteína ao ano, o que significa uma queda de quase 14% em relação a 2019. Este foi o menor nível desde 1996, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Não há dados estaduais. “Desde a pandemia, caiu muito o movimento. As pessoas não estão mais comprando a carne aqui”, conta Ari dos Santos, que agora busca alternativas para aumentar a arrecadação em seu mercado.

Segundo ele, a procura por ossos de boi começou a aumentar há cerca de um ano e uma placa com o preço do produto foi colocada no local. “Sempre vendi, mas aumentou”, diz. “Quando vem uma pessoa necessitada, eu ainda faço a doação”, explica.

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