Padre Leandro Ricardo chegou a fazer sexo oral em uma das vítimas quando era pároco da igreja São Francisco de Assis em Araras, SP

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Quatro pessoas prestaram depoimentos em Araras (SP) e acusaram Pedro Leandro Ricardo de abusos em 2002 e 2003. 

A situação do padre Pedro Leandro Ricardo, está piorando cada dia mais, uma das vítimas de Araras (SP) que acusam o religioso de abuso sexual relatou nesta terça-feira (19) em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo, que o pároco a apalpava toda vez que estavam sozinhos e que a atitude a deixava muito mal. “Eu me sentia suja, culpada”.

Ele está afastado e é alvo de inquéritos também nas cidades de Americana e Limeira, por onde passou. O advogado de defesa dele foi procurado e estranhamente não atendeu às ligações.

Abusos

Os abusos teriam ocorrido quando a vítima, que hoje é uma mulher trans, tinha 13 anos e era coroinha da igreja onde o padre atuava, em 2002.

“Ele fazia carinho porque ele falava que a gente era imagem e semelhança de Deus e e tinha que ser mais afetuosos um com o outro. Cada encontro que tinha na secretaria ou em um lugar discreto, começava no rosto e se eu tivesse sozinha com ele era nas partes íntimas, mas apalpando”, afirmou.

Na época dos abusos, o irmão da vítima era seminarista e para que não fosse prejudicado, ela manteve-se em silêncio. Mas mesmo assim, sofreu retaliações dentro de um projeto da igreja.

“Ele [padre] alegou para a minha mãe que eu estava sendo expulsa porque eu tinha uma opção sexual diferente”, contou. Com o aparecimento de outras denúncias, ela resolveu falar do seu caso.

“Como tinha mais vítimas eu me senti mais confortável, mais segura, porque não era só comigo, era com outras pessoas”, afirmou. Agora ela espera que o padre responda pelos abusos que cometeu.

“Depois eu até perdi a minha fé. A pergunta que eu fazia era aonde está Deus. Eu quero que ele seja punido e meu desejo é que ele não seja mais padre. E o meu desejo é que outros padres que nem ele possam ser investigados pela Igreja também.”

Mais vítimas

Além do ex-coroinha, outras três vítimas prestaram depoimento na Delegacia em Araras acusando o padre de abusos que teriam acontecido quando ele era pároco da igreja São Francisco de Assis.

O pároco também responde denúncias de abuso sexual em Americana e Limeira (SP). O caso corre em segredo de justiça. Os relatos dos ex-coroinhas foram publicados nesta terça pelo jornal O Globo. Uma das vítimas disse que recebeu dinheiro do padre.

“Ele então fez sexo oral em mim. Depois disso, me senti enojado, muito constrangido. Ao perceber isso, o padre Leandro me deu algo como R$ 300 num envelope pardo. O dinheiro era uma espécie de um ‘cala boca’.”

Em um dos relatos, a vítima diz que foi deixado de lado quando não permitiu as carícias do padre.

“Outras vezes, me acariciava quando me dava carona no carro. Como ele percebeu que eu relutava, passou a me excluir de tudo.” Outra vítima disse que ao acompanhar o padre até um local pobre na zona rural, foi assediado.

“Ainda fez um convite para que eu fosse dormir na casa paroquial. E o reprendi e pedi que não fizesse mais aquilo.”

O padre atualmente mora em Americana e desde o mês passado está afastado das funções que exercia na Basílica Santo Antônio de Pádua devido às denúncias feitas contra ele.

Além dele, o o bispo de Limeira, Dom Vilson Dias de Oliveira é alvo de investigação da Igreja Católica, suspeito de ter acobertado os casos de abusos e de extorsão de padres da região.

O advogado do padre não atendeu as ligações. A Secretaria de Segurança Pública informou apenas que há três inquéritos abertos para investigar o pároco. A Diocese de Limeira disse que não irá se manifestar.

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