Padre suspenso de basílica no interior de SP também é suspeito de assédio sexual

PUBLICIDADE

Decisão vem na esteira de investigação do Ministério Público; religioso nega acusações.

O reitor da Basílica de Santo Antônio, em Americana (SP), padre Pedro Leandro Ricardo (que já dirigiu a paróquia São Francisco Assis de Araras/SP), foi suspenso por tempo indeterminado de suas funções eclesiásticas sob suspeita de possível apropriação indébita (conforme publicamos ontem), e também  sob suspeita de ter assediado por anos rapazes menores de idade.

Dois inquéritos foram abertos pela Delegacia Seccional de Americana (SP) e pela Delegacia Central de Araras (SP). As investigações se baseiam em um dossiê anônimo, encaminhado ao Ministério Público no final do ano passado pelo gabinete da deputada estadual Leci Brandão (PC do B) e citam a participação do religioso em casos de assédio sexual a menores e apropriação indébita.

Segundo a assessoria da deputada, após análise, a decisão foi de remetê-lo ao Procurador-Geral de Justiça do Estado, Gianpaolo Smanio, por ter “prerrogativa de investigação”. O chefe do MP decidiu, no início do ano, enviar cópias às promotorias municipais, que solicitaram à Polícia Civil a abertura das investigações.

O decreto foi publicado domingo por dom Vilson Dias de Oliveira, bispo da Diocese de Limeira. O afastamento vem na esteira de uma investigação do Ministério Público de São Paulo, que mira não só o padre Leandro Ricardo, mas o próprio bispo. A pedido da Promotoria, a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar as acusações.

É o padre Leandro que tem maior protagonismo na denúncia feita de forma anônima e que embasou a abertura de investigação sob sigilo judicial. Quatro pessoas citadas no documento, entre supostas vítimas e seus parentes, citam cinco garotos que teriam sido alvo de Leandro em paróquias por que passou –entre avanços que não prosperaram e casos consentidos. O clérigo só foi afastado do cargo após a reportagem questionar a diocese.

Resposta

Após as denúncias, padre Leandro foi suspenso “para dar continuidade ao processo de investigação”, segundo o advogado da Diocese de Limeira, Virgílio Ribeiro. “O bispo de Limeira jamais pactuou ou pactuaria com qualquer ato que confronta as leis que regem a Igreja.

Questionado sobre os bens de dom Vilson, o advogado se limitou a dizer que estão declarados no Imposto de Renda. Abordado domingo na missa, padre Leandro não quis falar sobre as acusações. Disse que os “encaminhamentos” já haviam sido tomados.

Fonte: Folha de São Paulo

PUBLICIDADE
PLÍNIO DPVAT