Relatório da Nielsen (que agora se chama NIQ) aponta mudanças no e-commerce brasileiro e uma realidade ‘não tão positiva assim’ sobre o consumidor.
Para lidar com poder de compra corroído nos últimos anos, o consumidor brasileiro está menos leal às marcas e tem adotado um comportamento muito mais “elástico” ao preço, afirma o diretor de serviços de varejo da Nielsen no Brasil, Roberto Butragueño.
A Nielsen (que passou por um reposicionamento de marca e agora se chama NIQ) fez uma pesquisa para entender o comportamento do consumidor e o cenário atual para o varejo brasileiro. E as notícias não são muito positivas.
A expectativa era de um cenário promissor para 2022, saindo de um cenário difícil de pandemia e inflação alta, mas a realidade ainda está longe de ser positiva — reflexo de um contexto econômico ainda desafiador:
- A inflação ainda está alta e persistente nos gastos do dia a dia, como alimentos e bebidas;
- A confiança do consumidor ainda está baixa (indicando retração e em nível inferior a 2019);
- A renda média do trabalhador ainda em patamar inferior ao pré-pandemia.
“Temos um consumidor que quer comprar, que quer sair da pandemia, mas ainda tem um bolso apertado”, afirma Butragueño. “Por isso temos um consumidor menos leal a marcas e muito mais elástico ao preço, que tem de fazer escolhas e olha mais para o preço”.
O diretor da NIQ afirma que o brasileiro está também menos leal aos canais de compra: enquanto as pessoas compravam em 3 lojas diferentes no e-commerce em 2006, hoje esse número já está em 9 (e crescendo).
Mas a lealdade não é o único fator: há também mais opções. “O consumidor tem mais alternativas de onde comprar. Isso faz com que a lealdade seja mais desafiada”, diz Butragueño, que fez uma apresentação da pesquisa na sede da Amazon em São Paulo.
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