Parentes interrompem velório de motociclista para procurar braço decepado

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Vítima foi levada ao Pronto Socorro de Bauru e não resistiu. Família diz que não foi avisada que membro não estava junto do corpo. Falta do braço foi percebida no velório em Arealva; parente achou no mato.

Os familiares de Diego Aparecido Rodrigues Moço, de 29 anos, morto em um acidente na SP-321 na noite de domingo (2), tiveram que interromper o velório em Arealva (SP) para procurar o braço do motociclista.

Segundo Odaril Anderson Moço, irmão da vítima, Diego perdeu o braço no acidente e a família não foi avisada que o membro não estava junto do corpo. A falta só foi percebida quando estavam todos reunidos no velório, nesta segunda-feira (3).

Indignados com a situação, voltaram ao local do acidente para procurar o braço. Odaril gravou um vídeo do momento em que seu cunhado encontra o membro

A Polícia Civil foi acionada e fez uma nova perícia no local. Em seguida, a funerária também foi chamada e fez o recolhimento do membro. Segundo Odaril, a família tinha duas opções quanto ao enterro.

“A funerária nos disse que poderíamos enterrar o braço em uma caixa separada ou que poderíamos colocá-lo junto do corpo no caixão”, explica.

A família de Diego optou por colocar o membro no caixão. O rapaz foi enterrado na tarde de segunda-feira (3) em Jacuba, distrito de Arealva.

Parentes interrompem velório de motociclista para procurar braço decepado em acidente

O acidente

A vítima bateu a moto que dirigia em um carro que vinha no sentido oposto da Rodovia Cezário José de Castilho. Ela chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada para o Pronto-Socorro Central de Bauru.

De acordo com a família, a unidade apenas informou que Diego havia perdido um membro. O rapaz não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no Pronto-Socorro.

“Não nos disseram que era o braço e nem que o membro não estava junto do corpo. Também não nos deixaram entrar para vê-lo”, alega Odaril.

O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e Eberson Patric Moço, outro irmão da vítima, foi até o local para assinar a liberação.

Quando viu o corpo, foi alertado por uma funcionária a “não abaixar o lençol”, que o cobria do pescoço para baixo. “Na hora, ele nem se deu conta. Estávamos todos muito nervosos com a situação”, explica Odaril.

Descaso

A família de Diego alega que, em nenhum momento, foi avisada da ausência do membro. “Queremos uma explicação sobre esse descaso que fizeram com meu irmão e com a nossa família”, explica Odaril.

Ainda, relatam que, chegar no local do acidente e encontrar o braço foi uma experiência traumática. “Nenhuma família tem que passar por isso. É um absurdo. Por que ninguém recolheu?”, diz.

Em nota, a prefeitura informou que “a vítima chegou na unidade já sem o membro” e que a família foi informada sobre isso.

Por telefone, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que, como o acidente foi em rodovia que precisava ser liberada ao tráfego, a perícia por parte do Instituto de Criminalística (IC) só foi feita quando a equipe voltou ao local para encontrar o membro, periciando o local do acidente e também onde foi achado o braço.

Sobre o IML, a secretaria diz que a negativa em deixar familiares verem o corpo não procede, pois a liberação para enterro só acontece após familiares fazerem o reconhecimento.

* Colaborou sob a supervisão de Mariana Bonora/G1


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