PCJ afasta Cantareira de ‘meta’ e recomenda economia de água para garantir segurança hídrica em SP

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Sistema operou com 53,8% da capacidade nesta segunda-feira, de acordo com a Sabesp. Consórcio vê índice de 65%, até abril, como referência para afastar hipótese de nova crise em abastecimento.

O Sistema Cantareira não deve alcançar 65% da capacidade de abastecimento de água até abril, de acordo com previsão do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Nesta segunda-feira (19), o índice foi de 53,8%, segundo a Companhia de Saneamento Básico do estado (Sabesp), e a “meta” é vista como uma referência que afastaria hipótese de repetição da crise hídrica ocorrida em 2014, quando diversos municípios fizeram racionamento do recurso.

“Em função das chuvas abaixo da média, nós não chegaremos aos 65% [até o início do período de estiagem ]e isso gera um alerta para que seja feito uso racional para que não tenhamos problemas de falta d’água para a comunidade”, ressalta o assessor técnico do PCJ Flávio Stenico.

Ele lembra que o índice atual é inferior ao de 2013, ano que antecedeu a crise hídrica no estado.

“Se avaliarmos com a data de 2014, estamos em uma situação melhor, até porque as chuvas de 2015 e 2016 ocorreram acima da média nas regiões de cabeceira. Entretanto, se avaliarmos o volume armazenado no dia de hoje, ele estava abaixo do volume [58,7%] que era armazenado na época de 2013, que foi o período de pré-crise hídrica”, destaca o especialista.

A água do Sistema Cantareira tem origem em rios que nascem na divisa entre São Paulo e Minas Gerais e os mananciais Jaguari, Atibainha e Cachoeira formam três represas. O recurso é usado para abastecer cerca de 7,4 milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo, além de 5 milhões em Campinas e região – sobretudo por meio das interligações aos rios Atibaia e Piracicaba.

Ele chegou a atender 9 milhões de pessoas só na área ligada à capital paulista, mas atualmente abastece 7,4 milhões após a crise hídrica que atingiu o estado em 2014 e 2015. Os sistemas Guarapiranga e o Alto Tietê absorveram parte dos clientes para aliviar a sobrecarga na estiagem.

Renovação

O hoteleiro Paulinho Bonandi lembra que, em 2014, perdeu clientes diante do desabastecimento que afetou a Represa Jaguari. “Um cliente falou: ‘Olha, não vai chegar barco nenhum mais’. Eu disse: ‘Você está de brincadeira’. Dois dias depois, a minha lancha ficou enterrada na lama e aí, um mês depois, estava tudo como chão rachado. Inacreditável, isso aqui ficou realmente uma tragédia. Durante três anos, chegou a crescer árvores aqui no meio, ficou feio”, explica.

Ao ponderar sobre as mudanças radicais que foi obrigado a encarar, ele cita que precisou arrendar a pousada. “Em função dessa tragédia da falta d’água”, ressalta o hoteleiro.

Investimento

Em nota, a Sabesp destacaou que não há “nenhum motivo para preocupação” em relação ao abastecimento na Região Metropolitana de São Paulo. Além disso, destacou que até o fim deste mês começará a funcionar a interligação entre as bacias hidrográficas do Cantareira e do rio Paraíba do Sul, no sentido da represa Jaguari, para transferência de 12,2 mil litros de água por segundo.

“A obra é um grande benefício para 39 milhões de pessoas ao aumentar a segurança hídrica do Vale do Paraíba e das regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro”, diz texto.


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