Pela 1ª vez, uma vacina contra o HIV chega à última fase de testes

PUBLICIDADE

Os ensaios clínicos da vacina contra o HIV serão iniciados ainda em 2020 e devem durar de 24 a 36 meses .

Pela primeira vez em mais de 10 anos, um protótipo de vacina contra o HIV chega à última etapa dos ensaios clínicos, a fase 3, que deverá determinar se é capaz de proteger contra a transmissão do vírus causador da Aids.

A vacina vem sendo desenvolvida pela Janssen e utiliza a mesma tecnologia que a farmacêutica utilizou em seu imunizante contra a Covid-19: um adenovírus modificado para transportar, até o interior das células do indivíduo, o DNA de suas proteínas mais representativas, de modo que o organismo crie os anticorpos contra elas.

É importante salientar que, na verdade, são duas vacinas, uma codificada com três proteínas e outra com quatro. As duas vacinas superaram os estudos de segurança e foram verificadas como capazes de criar anticorpos, mas ainda resta saber se funcionarão em condições reais.

O ensaio durará de 24 a 36 meses para verificar a permanência e intensidade da proteção. A tentativa anterior de conseguir uma vacina contra o HIV acabou em 2009, quando se verificou que só evitava 30% das infecções.

Os voluntários que testarão as vacinas já estão sendo recrutados. No total, serão 250 participantes na Espanha e 3.800 em todo o mundo. A demora para o desenvolvimento de uma vacina se deve à variabilidade do vírus do HIV, que muda de aparência para escapar das células de defesa do sistema imunológico.

O que a nova vacina faz é se dirigir a diferentes variantes das proteínas gag, pol e env do vírus, o que dificulta que este fuja da ação dos anticorpos criados. Para o ensaio clínico, o perfil dos voluntários buscados é composto por homens ou pessoas trans que tenham relações sexuais com homens ou trans, uma vez que o grupo é a maioria dos infectados na Espanha, país onde a vacina está sendo desenvolvida.

Em outra frente do estudo, a vacina será testada com 1.500 mulheres na África do Sul, já que a transmissão neste país ocorre majoritariamente pelo sexo heterossexual. Embora o tratamento contra o HIV tenha sido descoberto há 25 anos, o Unaids, programa da ONU para o combate à Aids, calcula que 12 milhões do total de 38 milhões de pessoas no mundo que convivem com o vírus ainda não o receberam.

Fonte: El País Brasil

PUBLICIDADE
PLÍNIO DPVAT