Pesquisa da Unesp quer substituir injeção de insulina por pó solúvel

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Método prático e não invasivo representa um avanço no tratamento do diabetes

Alunos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) trabalham em uma nova pesquisa para ajudar no tratamento de quem tem diabetes. A ideia é futuramente substituir a injeção de insulina por uma substância em pó que pode ser diluído na água.

O método prático e não invasivo representa um avanço no tratamento ao inserir no organismo bactérias geneticamente modificadas capazes de controlar a insulina de quem tem a doença.

Os pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas realizam os testes há um ano no laboratório do departamento de biotecnologia. O experimento está em fase inicial e ainda não foi testando em animais ou humanos.

Bactérias

As primeiras bactérias geneticamente modificadas são as ‘Echerichia Coli’, encontradas no intestino humano. Os estudantes injetaram no DNA das bactérias um DNA sintético da insulina, e os micro-organismos começaram a produzir a substância.

Agora, os cientistas se preparam para uma experiência com outro tipo de bactéria, a ‘Lactococos’. “Essa outra bactéria vai ficar mais tempo no corpo. Ela já é largamente utilizada na indústria e a gente sabe que ela tem um efeito mais benéfico do que a primeira”, disse Patrick Esquizato, estudante de Bioprocessos.

A equipe também fez alterações genéticas para as bactérias produzirem insulina na medida certa. A ideia é que ela consiga analisar a glicose do paciente e produzir níveis adequados de acordo com a necessidade da pessoa.

 “O nosso desafio é inserir esse circuito no Lactococos e fazer com que ele funcione para o paciente não ser prejudicado com muita insulina no organismo”, disse a pesquisadora Mariana César.

Solúvel

No futuro, os pesquisadores esperam usar a bactéria para criar um pó que possa ser dissolvido na água ou no suco, por exemplo. A princípio disponibilizar o experimento com portadores de diabetes tipo 1, que atinge muitas crianças.

“A nossa ideia é colocar nosso produto para repor a insulina que a pessoa acabaria injetando. Conseguir propor esse alívio para a pessoa não ter mais que tomar várias injeções durante o dia, que é algo bem doloroso”, explicou o estudante Rafael Tuma.

Em novembro, os alunos participam de uma competição internacional de máquinas geneticamente modificadas nos Estados Unidos. O grupo, que vai apresentar a pesquisa da Unesp em Boston, faz uma ‘vaquinha virtual’ para ajudar na viagem.

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