Cerca de 70% dos participantes da sondagem disseram sentir que suas informações estão menos seguras do que cinco anos atrás.
Uma pesquisa do instituto Pew Research Center, dos Estados Unidos, mostrou que as pessoas estão com receios acerca das práticas de vigilância e monitoramento existentes atualmente, potencializadas pelo emprego de tecnologias digitais. Entre os entrevistados, 79% se mostraram preocupados com a forma como empresas privadas tratam seus dados, enquanto 66% manifestaram a mesma apreensão no caso de entes públicos. Cerca de 70% dos participantes da sondagem disseram sentir que suas informações estão menos seguras do que cinco anos atrás.
O estudo também interrogou as pessoas sobre o quão presente essas ações de vigilância são nas vidas dos indivíduos. Seis em cada dez entrevistados afirmaram que não é possível viver o cotidiano sem que seus dados sejam coletados, tanto por companhias quanto por órgãos públicos. O estudo ouviu 4,7 mil pessoas nos Estados Unidos.
Na avaliação sobre os benefícios do uso desses registros (como a personalização ou a suposta oferta de melhores serviços), 81% dos consultados afirmaram ver mais riscos do que vantagens nessas formas de exploração de dados por companhias privadas (como redes sociais, plataformas de comércio eletrônico e produtores de software). No tocante aos governos, o índice foi de 66%.
Quando perguntados sobre o conhecimento acerca das práticas de tratamento dos dados e para quais finalidades, 59% demonstraram não saber o que empresas fazem com suas informações, enquanto 78% relataram não ter ciência do manejo operado por autoridades governamentais.
Apesar disso, as pessoas são confrontadas periodicamente com aplicativos cuja instalação passa pela leitura de políticas de privacidade. A atenção a estes foi baixa. Entre os ouvidos, 9% afirmaram conferir sempre essas regras, 13% responderam atuar desta forma normalmente e outros 38% disseram verificar as normas de vez em quando.
O desconhecimento é extensivo à legislação. Entre os consultados, 63% ressaltaram não entender as leis e normas relativas à privacidade e proteção de dados.
Tipos de vigilância
A pesquisa analisou também a sensação de vigilância no que se refere às distintas modalidades de atividades no cotidiano. Dos ouvidos, 72% acreditam que a maioria do que é feito online é monitorado por empresas de tecnologias ou anunciantes. Outros 47% pensam que seu comportamento na Internet é vigiado pelo governo.
Entre os entrevistados, 82% disseram não ter ou ter pouco controle sobre quem acessa sua localização. Os índices foram altos também para o monitoramento sobre os posts em redes sociais (85%), conversas privadas (86%), compras (88%), sites visitados (85%) e buscas feitas online (91%).
“Os achados da pesquisa apontam para uma cautela geral sobre o estado da privacidade atualmente, mas há algumas circunstâncias nas quais o público vê valor nesse tipo de ambiente orientado por dados”, ressaltaram os autores.
Finalidades aceitáveis
Os autores da pesquisa questionaram os entrevistados sobre o monitoramento para determinadas finalidades. Quase metade (49%) admitiu concordar com a vigilância pelo governo para tentar identificar ameaças terroristas. Já 45% avaliaram como inaceitável coletar a avaliar dados de redes sociais para mapear possíveis casos de depressão e outros 49% rejeitaram que empresas de alto-falantes inteligentes compartilhem gravações das conversas feitas por estes aparelhos com forças de investigação.
Brasil
No Brasil, o índice de segurança da empresa Unysis deste ano elenca o Brasil como o sexto país com maior preocupação com a segurança de dados entre 13 países avaliados. O índice do país em 2019 ficou em 190, 5 acima do registrado no ano anterior.