Caso seja picado, pessoa alérgica deve fazer compressa de água fria ou gelada.
Na tarde desta quarta-feira (30), nossa reportagem esteve acompanhando uma ocorrência, onde uma mulher, de 41 anos, foi atacada por um enxame de abelhas e está internada no Hospital São Luiz em Araras (SP). De acordo com informações, ela teve centenas de picadas e estava entrando em choque anafilático, também conhecido como anafilaxia ou reação anafilática.
Equipes do Corpo de Bombeiros retiraram ela do local com as roupas de proteção adequadas e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) com a unidade de suporte avançado realizou o atendimento médico de emergência.
“A mulher estava caída no estacionamento do Lago Municipal com uma nuvem de abelhas a atacando, foi desesperador, ela gritava por socorro, mas não tinha como chegar perto. Eu e mais algumas pessoas tentamos socorrer, mas não conseguimos porque as abelhas atacavam” , contou Marcos Paulo da Silva.
O local teve de isolado, para que o Corpo de Bombeiros pudesse fazer a retirada das abelhas, que atacaram cerca de cinco pessoas, além da mulher que teve de ser socorrida. Nossa reportagem conversou com o médico Pedro Ivo Pastorello, que esteve no atendimento desta ocorrência.
Apesar de parecerem inofensivas, as abelhas podem representar mais perigo do que se imagina. Pessoas hipersensíveis podem inclusive morrer de uma única ferroada. De acordo com a coordenadora da disciplina de Emergências em Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Sandra Regina Sprovieri, a picada pode provocar dor, inchaço e vermelhidão na pele.
Segundo ela, em casos de múltiplas picadas, podem ocorrer manifestações sistêmicas, devido à grande quantidade de veneno.
— Nesse caso, alguns dos sintomas são: prurido, calor generalizado, hipotensão, taquicardia, cefaleia, náuseas e ou vômitos e cólicas abdominais. Em casos mais graves podem ocorrer choque e insuficiências respiratória e renal agudas.
A especialista ainda explica que as manifestações alérgicas locais são caracterizadas por um edema que persiste por alguns dias. Já as alérgicas sistêmicas podem variar de urticária generalizada, mal-estar, edema de glote, choque anafilático, queda da pressão arterial, colapso, perda da consciência, incontinência urinária e fecal, e coloração azulada ou roxa da boca, pele ou unhas.
Após ser picado, até a chegada ao atendimento médico, o indivíduo alérgico deve aplicar uma compressa de água fria ou gelo e usar analgésico para aliviar a dor. A pessoa deve permanecer calma, evitando movimentos bruscos e excessivos. Também é necessário retirar o ferrão cravado na pele e lavar o local com sabão e água corrente.
— O ferrão pode ser retirado com pinça ou com os dedos. Após a ferroada, a abelha deixa para trás não apenas o ferrão, mas também o saco de veneno e parte do seu aparelho digestivo. Enquanto ele permanece cravado, a substância continua a ser instilada involuntariamente nos primeiros 20 a 30 segundos. O método de remoção do ferrão não afeta a quantidade de veneno a ser inoculado na pele do indivíduo.