Em registro da ocorrência, homem de 20 anos alegou desconhecer idade dos jovens, mas confirmou que ofereceu dinheiro e que manteve relação sexual com um deles.
A Polícia Civil de Campinas (SP) investiga um caso de estupro de vulnerável contra dois adolescentes, de 13 e 14 anos, que teria sido cometido por um funcionário do Circo Las Vegas, instalado dentro do shopping Parque das Bandeiras, no dia 9 de maio. Um boletim de ocorrência foi registrado no dia seguinte, e nossa reportagem teve acesso ao documento nesta sexta (12).
O circo diz não reconhecer o acusado como funcionário, enquanto o centro de compras informa que o homem foi afastado pelo operador e que repudia o caso – veja posicionamentos mais abaixo.
No registro da ocorrência consta que o autor, de 20 anos, teria alegado desconhecer a idade dos adolescentes, mas confirmou que ofereceu dinheiro aos dois e que manteve relação sexual com um deles, o mais novo. Foram solicitados exames ao IML.
Ainda segundo o registro, as mães dos adolescentes foram confrontar o funcionário do Circo Las Vegas, e a Polícia Militar e a segurança do shopping Parque das Bandeiras foram acionadas. As partes foram encaminhadas ao plantão.
A mãe de uma das vítimas relatou à Polícia Civil que o filho apareceu em casa com dinheiro, e que ao questioná-lo sobre a origem, o adolescente informou que havia recebido de um que havia conhecido em um aplicativo de relacionamento.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que o caso “é investigado por meio de inquérito policial instaurado pela 2° Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Campinas”, e que “diligências estão em andamento a fim de esclarecer os fatos”.
“O homem se apresentou de forma espontânea, foi ouvido e liberado, pois a prisão não se enquadrou em flagrante, conforme determina o artigo 302 do Código de Processo Penal. Mais detalhes serão preservados por tratar de crime sexual envolvendo menores de idade”, completa a nota.
O que dizem o circo e o shopping?
Em mensagem enviada à EPTV, afiliada TV Globo, o advogado do circo diz que não reconhece o homem apontado como autor do estupro como funcionário, que também não reconhecer as ações praticadas dentro do circo, e que apoia toda e qualquer investigação que venha a ser feita. “Somos um circo tradicional de lona, respeitamos a família, a criança, o adolescente, nossos principais clientes.”
O Parque das Bandeiras informou por nota que tomou conhecimento da acusação, que o funcionário do circo foi afastado das atividades pelo operador e que repudia o comportamento narrado.
“O shopping esclarece que tomou conhecimento da acusação ocorrida em relação a um funcionário do Circo que foi imediatamente afastado de suas atividades pelo operador. A situação narrada não faz parte dos valores da empresa, que baseia a abordagem com o público, de forma geral, em ética, respeito e transparência. O empreendimento repudia veemente o comportamento narrado e segue à disposição das autoridades competentes para apoiar na condução do caso. Reitera ainda que, caso seja comprovada a acusação, espera que os responsáveis sejam identificamos e punidos na forma da lei.”