Polícia Civil identifica mãe que abandonou recém-nascida em igreja

PUBLICIDADE

Bebê foi encontrado em uma bolsa, na manhã de sábado (8), junto a uma carta escrita pela mãe. Criança foi adotada por outra família.

A mãe da bebê recém-nascida deixada dentro de uma igreja católica na Vila Arens, em Jundiaí (SP), foi identificada e prestou esclarecimentos à polícia nesta terça-feira (25). Ela foi ouvida e liberada.

A criança foi encontrada no dia 8 de agosto por um vigia, que acionou a Guarda Civil Municipal. Depois da recém-nascida ficar alguns dias no hospital, a Vara da Infância e da Juventude abriu um processo de adoção e, atualmente, ela já está com uma nova família.

Deixada na igreja

Antes de encontrar a menina, o vigia que estava no local disse que ouviu um choro. A mãe também deixou uma carta para quem a encontrasse. (Leia na íntegra abaixo)

“Cheguei às 7h, ouvi o chorinho e vim ver. A gente olha atrás de bancos da igreja, mas não atrás da porta. Você não imagina que vai ter alguma lá”, afirmou o vigia Luiz Elias dos Santos.

De acordo com a Guarda Municipal, uma equipe foi informada pelo vigilante da igreja de que ao chegar cedo notou que havia uma bolsa no local. Ao verificar, o vigia constatou que no interior estava a recém-nascida. A suspeita é que ela tenha sido deixada na noite de sexta-feira (7) antes da igreja fechar.

Os guardas foram até o local e verificaram que criança não aparentava ferimentos. Os agentes levaram a bebê até o Hospital Universitário.

“A gente fica chateado com a situação. A bolsa estava com o zíper aberto e ela estava encolhida, de lado e um pouquinho molhada, por causa do xixi da noite”, lembrou o guarda municipal Marcel Arruda.

Bebê recém-nascida é deixada em igreja de Jundiaí (SP) — Foto: Divulgação/Guarda Civil Municipal

“Entrega voluntária”

A promotora da Infância e Juventude de Jundiaí, Ana Beatriz Sampaio Silva Vieira, afirmou que a situação pode ser assemelhada à entrega voluntária, conforme o artigo 19-A do Estatuto da Criança e do Adolescente.

“Muito embora a genitora da criança não tenha feito a entrega da mesma, diretamente ao sistema de Justiça, de modo a possibilitar sua oitiva por equipe interprofissional, o fato é que sua atitude está a revelar que, dentro de suas possibilidades e de seu contexto socioemocional, a genitora agiu com a intenção da entrega, eis que deixou a filha em um espaço de proteção [igreja], acompanhada de uma carta em que faz um apelo de cuidado e felicidade para a filha”, diz.

PUBLICIDADE
PLÍNIO DPVAT