Polícia Civil prende modelo conhecida como ‘Barbie do crime’

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Justiça ordenou a prisão de Bruna Cristine por ela não cumprir pena de prestação de serviços à comunidade nem comparecer a audiências. Mulher responde a processos em Goiás, no Rio de Janeiro e em Brasília.

Conhecida como ‘Barbie do crime’, a modelo Bruna Cristine Menezes de Castro, de 30 anos, se apresentou à Polícia Civil nesta quinta-feira (25), em Goiânia. A Justiça tinha expedido um mandado de prisão por ela não ter cumprido a pena de prestação de serviços à comunidade nem comparecer a audiências após ser condenada por aplicar golpes na web.

Segundo o delegado Rilmo Braga, a modelo se apresentou à Delegacia Estadual de Capturas (Decap) após fazer um acordo na quarta-feira (24) com a Polícia Civil. A condenada vai passar por exame de corpo de delito e, após os trâmites formais, será encaminhada para a Casa do Albergado.

Bruna foi condenada em setembro de 2015 a prestar serviços comunitários e ao pagamento de multa de 10 salários mínimos por vender celulares a duas pessoas, mas nunca ter entregado o produto. Durante o julgamento, ela confessou o crime e disse que estava arrependida. Atualmente, a modelo também responde por outras denúncias de estelionato no Rio de Janeiro e em Brasília.

Sem cumprir a pena

A decisão que ordenou a prisão de Bruna foi dada na última quarta-feira (18), pelo juiz Wilson da Silva Dias, da Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas, da comarca de Goiânia. Ele afirma que a ré encontra-se irregular nas condições legais e judiciais, pois não cumpriu com a pena que lhe foi determinada.

“O quadro desenhado nesta execução penal é absolutamente constrangedor do ponto da punibilidade, pois, desde 2017, a sentenciada não cumpre a pena de prestação de serviços à comunidade, sendo inexitosa sua localização em razão da diversidade de mudança de domicílio sem comunicar a este juízo, além de incorrer em descumprimento das condições judiciais e legais da pena restritiva de direito imposta”, afirma o magistrado.

Segundo o juiz, ao menos seis audiências de justificação foram designadas, entre os anos de 2018 e 2019, para que Bruna pudesse esclarecer os motivos pelos quais ela não cumpriu com as determinações da sentença. No entanto, consta nos autos que a ré não foi encontrada nos endereços por ela mesmo informados.

Em 2021, duas audiências foram marcadas. Mesmo assim, ela compareceu. “Não pode o Judiciário aguardar o bel prazer da sentenciada, voluntariamente e espontaneamente, em querer cumprir a lei. Ela deve cumprir, pois demonstrou ignorar a lei, a decisão judicial, sentença que fixou a reprimenda e os órgãos de controle da execução penal, furtando-se do cumprimento da pena e achando-se, talvez, estar acima da lei”, diz o magistrado.

‘Barbie do crime’

Bruna foi presa em 11 de agosto de 2015 por suspeita de estelionato, em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, a jovem, apelidada de “Barbie do crime”, mantinha perfis nas redes sociais de venda de produtos importados e aplicava golpes em clientes de Goiás e de outros estados.

Conforme informou a corporação na época do crime, mais de 100 pessoas procuraram a polícia alegando terem sido vítimas de Bruna. Porém, nem todas deram continuidade ao inquérito, segundo os investigadores.

Os clientes denunciaram que, após receber o pagamento pelos produtos, ela não entregava as encomendas, alegando problemas de saúde ou familiares. Para que pudesse receber o dinheiro das falsas vendas, ela usou contas bancárias de cerca de dez pessoas, que tinham emprestado os dados a ela.

Conforme a investigação, Bruna também mentiu que estava com câncer para receber dinheiro do ex-namorado Ryan Balbino, que mora no Rio de Janeiro. Segundo a polícia, a modelo fingiu ser o próprio pai para dar notícias sobre uma falsa operação para tratar um câncer no útero. O homem revela que depositou mais de R$ 15 mil para o falso tratamento.

Durante a investigação, vítimas comentaram com a jovem da possibilidade de ela ser presa, mas ela desdenhava do procedimento. “Meu orixá é forte”, disse em um dos trechos divulgados pela Polícia Civil.

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