Traficante é um dos chefes de facção de SP e está na lista da Interpol.
A Polícia Federal (PF) divulgou nesta semana 11 fotos dos possíveis disfarces do traficante André do Rap, um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele é procurado pela Interpol, Ministério da Justiça e Segurança Pública e pela Polícia Civil de São Paulo.
André do Rap está foragido desde o último dia 10 de outubro, quando saiu da prisão com um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello. Horas depois, no mesmo dia, o ministro Luiz Fux, presidente do STF, revogou a decisão liminar (provisória) do colega e determinou a prisão de André do Rap.
Desde então, policiais de São Paulo e da PF estão tentando encontrar, recapturar e prender o traficante de drogas André Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, de 43 anos. Ele é um que é um dos chefes da facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios do Brasil, e é responsável por enviar cocaína da quadrilha para a Europa.
As imagens divulgadas pela Polícia Federal mostram André do Rap com barba, óculos e boné. O objetivo da PF é “apresentar aparências hipotéticas do indivíduo procurado, de modo a facilitar seu reconhecimento no caso de alterações estéticas advindas de modificações faciais e/ou utilização de acessórios”.
Devido à periculosidade do traficante, que pode ter fugido do Brasil e buscado refúgio em outro país, o nome, foto e dados dele foram incluídos em 13 de outubro na lista restrita da Interpol, espécie de polícia internacional, onde estão os criminosos mais procurados do mundo. Existe a possibilidade de ele ter ido em seu jato particular até o Paraguai, a Bolívia ou a Colômbia, por exemplo.
O criminoso também passou a figurar nas listas dos bandidos procurados pelo Ministério da Justiça e pela Polícia Civil de São Paulo. Quem tiver informações a respeito do traficante pode ligar para o número (11) 3311-3148 e o Disque-Denúncia, pelo 181. Não é preciso se identificar.
A defesa de André do Rap divulgou nota à imprensa nesta quinta-feira (10) para comentar o assunto. No comunicado, os advogados Anderson Domingos e Áureo Tupinambá Filho informam que a inocência do cliente será provada num momento oportuno.
“Anderson Domingues e Áureo Tupinambá Filho, advogados de André Macedo, ressaltam que no momento oportuno a inocência será devidamente comprovada, sendo certo que os processos continuam em andamento nos tribunais superiores. No mesmo sentido serão demonstradas as nulidades ocorridas na Operação Oversea“, informa nota divulgada pela defesa de André do Rap.
André do Rap estava preso desde setembro de 2019, quando foi encontrado num condomínio de luxo em Angra dos Reis, litoral fluminense, numa operação da Polícia Civil de São Paulo. Naquela ocasião, foi detido por tráfico internacional de drogas após ficar quase seis anos foragido da Justiça.
Soltura do traficante
O ministro do STF Marco Aurélio Mello, no entanto, soltou André do Rap após atender pedido da defesa do traficante, que alegava que seu cliente estava preso desde o final do ano passado sem uma sentença condenatória definitiva por causa da prisão preventiva no estado do Rio de Janeiro. E que isso, segundo a defesa, excedia o limite de tempo previsto pela legislação brasileira.
A legislação processual brasileira mudou em 2020, com o pacote anticrime, determinando que prisões provisórias sejam revistas a cada 90 dias para verificar se há necessidade de manutenção da prisão, o que, segundo Mello, não ocorreu no caso de André do Rap.
Ele estava preso por duas condenações em segunda instância por tráfico internacional de drogas, com penas que totalizam 25 anos, nove meses e cinco dias de reclusão em regime fechado.
Mas Mello também já havia dado habeas corpus em favor de André do Rap nesses dois processos. Sendo que em um deles ainda não havia trânsito em julgado. Diante disso, o ministro entendeu que ele deveria ser solto imediatamente.
Com a decisão de Mello, André do Rap deixou a Penitenciária de Presidente Venceslau, no interior paulista, pela porta da frente, em outubro. À noite, após Fux reverter a decisão e determinar sua prisão, ele já era procurado pela polícia paulista. Mas o traficante não foi localizado nos endereços que forneceu à Justiça para ser solto.
No dia 14 de outubro, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal votou pela manutenção da prisão de André do Rap. Eles entenderam que não é possível soltar um criminoso considerado de alta periculosidade e que já havia fugido antes.
Fuga para o exterior
Para o Ministério Público (MP) de São Paulo, o traficante pode ter deixado a prisão, viajado até Maringá, no estado do Paraná, e embarcado para algum país da América do Sul que faz fronteira com o Brasil.
Promotores e procuradores disseram que já tinham pedido à Justiça a manutenção da prisão de André do Rap. Mas após a decisão de Mello soltá-lo, a polícia não pôde seguir os passos do traficante porque, ao sair da prisão, ele era um homem livre.
Por se tratar de um criminoso perigoso, os serviços de inteligência monitoraram à distância, a movimentação dele e têm a certeza de que o traficante usou um avião particular para fugir do Brasil.