POLÍTICA: Condenação de Lula afeta cenário para 2018, avaliam cientistas políticos

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Como a condenação do ex-presidente Lula pode afetar o cenário político para as eleições de 2018? Essa é a pergunta que começa a ser feita por analistas, partidos e políticos

Condenado nesta quarta-feira (12) a nove anos e seis meses de prisão, pelo juiz Sergio Moro, Lula vinha liderando todas as sondagens para as eleições de 2018. De acordo com o último cenário, feito em junho pelo instituto Datafolha, Lula mantinha a liderança da corrida eleitoral, com 29% a 30% das intenções de voto, seguido por Jair Bolsonaro (PSC) e Marina Silva (Rede).
Por conta disso, o professor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Calmon avalia que a condenação do ex-presidente petista vai tornar a campanha de 2018 mais imprevisível do já era.

“Nós vamos ter um aumento da incerteza no cenário político brasileiro, ainda maior, ao longo dos próximos meses. Porque até esse momento, se tornava claro que a candidatura do ex-presidente Lula liderava as preferências da população e também de grande parte dos políticos de oposição.”

Mesmo com a condenação, o ex-presidente ainda pode se postular a 2018 já que a Lei da Ficha Limpa veta a candidatura de condenados por uma decisão colegiada, que, por enquanto, não é o caso de Lula. Além disso, a decisão de Moro permitiu que Lula recorresse em liberdade.
Mesmo com esses fatos que abrandam a situação de Lula, o cientista político Leonardo Barreto acredita que a decisão de Moro enfraquece a imagem de Lula na disputa.

“Eu acho que essa decisão ela tem uma capa acidade boa de tirar o Lula do jogo. Mas você tem, por exemplo, governadores, você tem outras pessoas que querem entrar nesse jogo, mas estão ali, com pedido de inquérito quase que sendo pedido nas instâncias do Judiciário. Então, eu acho que o primeiro elemento de filtragem dos candidatos vai ser a Justiça.”
Para Leonardo Barreto, as eleições presidenciais de 2018 podem trazer outras surpresas, como candidatos de fora do jogo político, que nunca se candidataram a cargos públicos, os chamados outsiders.
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