Preço da carne bovina deve continuar alto em 2021 para consumidor, avalia especialista

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Forte estiagem registrada no segundo semestre de 2020 ainda causa impactos na produção de alimentos para rebanho. Segundo o IBGE, produto registrou alta de 19,3% até novembro.

Após fechar 2020 com aumento de 13,9%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço da carne de boi não deve cair nos primeiros meses de 2021, de acordo com especialistas. Isso porque a estiagem registrada entre junho e outubro do ano passado ainda impacta a produção de alimentos para o rebanho, como o milho.

“A perspectiva é que ainda haja aumento de preço, marcado principalmente pelo aumento da nutrição animal por causa da estiagem entre os meses de julho e outubro. Isso, infelizmente, prejudicou a produção de milho, o que de certa forma vai impactar a nutrição animal”, diz o especialista em agronegócio José Carlos de Lima Junior.

Aumento no preço dos alimentos de janeiro a novembro de 2020, foram os seguintes: Óleo de soja: +94,1%, Tomate: +76,5%, Arroz: +69,5%, Feijão fradinho: +59,9%, Batata inglesa: +55,9%, Leite longa vida: +24,9%, Carnes de boi, frango e porco: +13,9%. Após alta expressiva, o arroz, um dos principais vilões do bolso do consumidor em 2020, deve manter o patamar.

“Para esse ano, pelo menos a perspectiva, é que a gente mantenha a mesma linha de produção, o mesmo volume. O que a gente pode esperar é um pouco de entrada do produto via Mercosul, uma vez que o Brasil tem acordos com outros países produtores, como a Argentina.”

Segundo o Ministério da Economia, a soja, principal produto de exportação do Brasil em valores, apesar de não ter superado o recorde em volume de 2018, teve um crescimento nos embarques de 13% ante 2019, para 83 milhões de toneladas, contando com a firme demanda chinesa, conforme dados do governo. Por causa da alta nas exportações, na cesta básica, o litro de óleo de soja ficou 94,1% mais caro.

“Ainda que a soja já tenha uma produção comercializada para a exportação, você tem uma oferta interna que não vai ocasionar desabastecimento. Ou seja, nós não teremos a falta do produto, mas teremos um impacto negativo pela oferta do grão marcada pelo problema de produção que nós tivemos em outros países e em regiões do Brasil com a falta de chuva.”

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