Preços do arroz, óleo de soja e tomate estão entre itens que mais contribuíram para a alta dos preços ao consumidor, segundo o IGP-M.
A inflação calculada pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) perdeu força em outubro, após a disparada do mês anterior. O indicador, que é usado para corrigir a maioria dos contratos de aluguel residencial, ficou em 3,23% este mês, depois de atingir 4,34% em setembro.
Mesmo com a desaceleração, é a maior taxa para um mês de outubro desde 2002, quando ficou em 3,87%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (29) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em 12 meses, o IGP-M passou a acumular alta de 20,93%, e no ano, de 18,10%.
A desaceleração do indicador foi puxada pela trégua nos preços do minério de ferro, que caíram 0,71%, depois de subirem 10,81% em setembro. Com isso, o Índice de Preços no Atacado (IPA), um dos três componentes do IGP-M, desacelerou de 5,92% para 4,15%.
Mas os preços para o consumidor, medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e da construção – os outros dois índices que compõem o IGP-M – tiveram nova aceleração este mês. O IPC passou de 0,64% para 0,77% (a maior variação desde dezembro de 2019, quando ficou em 0,84%), enquanto o INCC acelerou de 1,15% para 1,69%.
Alimentos pesaram nos preços ao consumidor
Os dados da FGV apontam que os preços dos alimentos para o consumidor continuaram acelerando este mês. A taxa, que havia ficado em 1,30% no mês anterior, atingiu 1,90%. Três dos quatro itens com maior influência de alta sobre o IPC este mês foram alimentos: arroz (14,84%), óleo de soja (22,87%) e tomate (11,30%).
A maior influência, no entanto, veio das passagens aéreas, que ficaram 34,21% mais caras este mês. Já os automóveis novos completam a lista das cinco maiores influências, com alta de 0,70%.
Maiores influências de alta:
- Ao produtor
Soja em grão: 14,96%
Milho em grão: 10,95%
Bovinos: 6,92%
Farelo de soja: 13,45%
Carne bovina: 4,70% - Ao consumidor
Passagem aérea: 34,21%
Arroz: 14,84%
Óleo de soja: 22,87%
Tomate: 11,30%
Automóvel novo: 0,70% - Na construção
Tubos e conexões PVC: 16,28%
Vergalhões e arames: 10,54%
Esquadrias de alumínio: 7,07%
Tubos e conexões de aço e ferro: 7,62%
Tijolo/telha cerâmica: 5,31%