Preço do leite acumula alta de 50% em 2018 e sobe pelo sétimo mês seguido

PUBLICIDADE

Preço no mercado para os consumidores chega a ter diferença de mais de R$ 1 no período; valorização no campo e oferta limitada influenciaram na alta.

O preço do leite subiu pelo sétimo mês seguido e já acumula uma alta de 50% neste ano para o produtor, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (Esalq-USP). Com o aumento, o preço para o consumidor final chega a ter diferença de mais de R$ 1, segundo apurado.

De acordo com o Cepea, o preço líquido recebido em agosto, que se refere à captação de julho, atingiu pouco mais de R$ 1,54/litro no país. A “média Brasil” inclui os estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sem frete e sem impostos. O aumento é de 4,6% em relação ao mês anterior e de 28,4% em relação a agosto de 2017.

No mesmo período de 2017, o preço médio registrava queda de 4,5%. Ainda de acordo com o Cepea, esse aumento de 50,2% só foi atingido em 2016, quando o leite teve acúmulo de 55%. Antes disso, desde 2005, quando começaram as medições do centro de estudos, essa porcentagem acumulada não era atingida.

Um levantamento mostra que, no fim do ano passado, o preço do leite variava entre R$ 2,50 e R$ 2,80 nos mercados da região. Atualmente, em alguns locais, o litro do leite pode ser encontrado por até R$ 4.

Ou seja, desde o começo do ano esses aumentos chegaram para o consumidor final aproximadamente 56% mais caros. Os dados foram levantados em mercados nas cidades de Campinas (SP), Limeira (SP) e Piracicaba (SP).

Preço do leite acumula alta de 50%, segundo Cepea/USP em Piracicaba (Foto: Reprodução/EPTV)

Preço do leite acumula alta de 50%, segundo Cepea/USP em Piracicaba (Foto: Reprodução/EPTV)

Valorização e oferta limitada

Segundo análise do Cepea, entre os fatores que influenciaram esse aumento está a valorização do leite no campo, que esteve atrelada à maior competitividade entre indústrias. Essa situação já está acirrada desde o final da greve dos caminhoneiros em junho, quando houve desabastecimento de lácteos no mercado.

“Como estratégia para garantir a captação, muitos laticínios realizaram acordos de curto prazo junto a produtores ainda em junho, os quais sustentaram as altas no campo em agosto”, explica o Cepea.

Outro fator para a alta é a oferta limitada no campo. De acordo com o centro de estudos, a saída de produtores da atividade e a queda de investimentos por causa das dificuldades financeiras do setor enfrentadas em 2017 influenciaram no preço.

Previsão de queda

Apesar da alta acumulada, para setembro, a previsão da pesquisa é de queda nos preços do leite. A demanda por lácteos fragilizada e a falta de capacidade para absorver novas valorizações dos derivados influenciam nesta previsão.

De julho para agosto, as cotações do leite spot (comercializado entre empresas) e do longa-vida, que têm grande influência no preço pago ao produtor, registraram quedas.

“A intensidade da queda, porém, irá depender do volume ofertado em agosto e da capacidade das empresas em competir neste cenário desafiador”, finaliza o Cepea.


Aviso: Os comentários só podem ser feitos via Facebook e são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros, sendo passível de retirada, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.

Tem uma sugestão de reportagem? Nos envie através do WhatsApp (19) 99861-7717.

PUBLICIDADE
PLÍNIO DPVAT