Aumento no acumulado do ano chega a 24%, diz centro de estudos da Esalq-USP, de Piracicaba (SP).
O preço do leite pago pela indústria ao produtor registrou a quarta alta consecutiva do ano em maio, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP). O aumento é sentido pelos consumidores nos mercados e pelas confeitarias, que dependem do alimento para as receitas.
Segundo o Cepea, a alta entre abril e maio foi de 8,4% e, no acumulado do ano, o valor já subiu 24,2%. “A média de maio também foi a maior desde julho de 2017, em termos reais, deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril de 2018”, apontou o Cepea.
O centro aponta que a alta nos preços acompanha o período de entressafra do setor de laticínios. O índice de captação de leite teve queda de 1,46% entre abril e março. O acumulado é de 11,6% de queda em 2018.
De acordo com levantamento feito em um supermercado de Piracicaba (SP) neste sábado (2) o preço mais baixo do litro do leite integral é de R$ 2,99. Já o valor do desnatado varia entre R$ 3,09 e R$ 4,89.
‘Momento delicado para o setor’
Segundo o Cepea, a expectativa para junho é outra alta ou a manutenção dos preços. “O momento é delicado para o setor. Ao mesmo tempo em que a menor produção do campo impulsiona os preços do leite, a indústria encontra dificuldade em repassar a valorização da matéria-prima ao consumidor, que continua com o poder de compra fragilizado”.
Com a redução da produção, além da alta nos preços, faltam opções de marcas nos mercados.”O leite que eu levo é mais barato, esse aqui está mais caro, mas [o outro] não tem”, afirmou um consumidor.
Além dos consumidores finais, os comércios de alimentos que usam o leite também sentem dificuldade em encontrar o produto. “Fomos fazer um pedido e não tinha. A indústria estava sem leite tanto in natura, que a gente usa, quanto os derivados”, afirmou o dono de uma confeitaria de Piracicaba, Guilherme Ferrari Barbosa.
“A gente recorreu a alguns parceiros nossos, amigos que também têm confeitarias ou alguma coisa do gênero alimentício, que eles também trabalham com a mesma marca e socorreu os amigos, e o que a gente não conseguiu com ele a gente recorreu ao atacado ou no varejo normal”, explicou Barbosa.
A compra pelo atacado ou varejo, segundo Barbosa, gerou uma alta de 40% a 50% na comparação com o valor que seria pago para a indústria. Além do aumento no leite, os derivados também encareceram.
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