Preço do leite ultrapassa R$7 e assusta consumidores

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Além do aumento no preço do leite, o custo de produtos essenciais para o café da manhã vem assustando na hora das compras.

Não dá para negar que o preço de diversos alimentos vem sofrendo escaladas. Mas, desta vez, o preço do leite pegou muita gente de surpresa! O item, essencial na mesa de café da manhã, já chega a custar mais de R$ 7 em supermercados de todo o país

Apesar de surpreender à primeira vista, o leite e seus derivados já estão há alguns meses sendo impactados pela inflação. Em março, por exemplo, o leite já acumulava um aumento de 15% nos últimos 12 meses. E, por ser matéria-prima de outros produtos, laticínios como iogurte, queijos, requeijão e bebidas lácteas também acumulam uma variação bem salgada em seus preços. 

O motivo para o aumento está diretamente ligado com o custo de produção da indústria leiteira. Além disso, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia afetou de diversos modos a agropecuária brasileira: o fornecimento de fertilizantes — produto russo — passou a custar mais, afetando plantações e, consequentemente, tornando a alimentação do gado mais cara. E toda essa cadeia afeta em cheio a produção de leite.

Existem também outros fatores que impactam essa indústria, como a energia elétrica e o preço do combustível. Na última sexta-feira (17/6), a Petrobras anunciou um novo aumento para a gasolina, de 5,18%, e para o diesel, de 14,26%. 

Todas essas situações resultam em um grande dilema: a produção de leite deixou de ser lucrativa. Ou seja, empresas que pertencem à indústria leiteira estão deixando de produzir o mantimento, então essa escassez também impacta no preço das prateleiras.

Produtos do café da manhã também estão mais caros

Aliado ao leite, diversos produtos que fazem parte do café da manhã do brasileiro também estão mais caros. Além do café (que acumula alta de 67,53% nos últimos 12 meses), o pão francês e a margarina também estão variando acima da inflação.

Faesc emite nota a respeito dos preços do leite e desistência de produtores da atividade

Na manhã desta sexta-feira (24), a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) emitiu nota a respeito do mercado do leite. Confira as informações na íntegra:

“A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) vem manifestar-se publicamente em face do novo patamar de preços que o leite e os demais produtos lácteos alcançaram, ultimamente, no mercado interno.

Contra a vontade dos produtores rurais e das indústrias de laticínios, vários fatores adversos, ao longo dos últimos meses, concorreram para essa situação indesejável de aumento dos preços finais.

De um lado, a seca prejudicou as pastagens e diminuiu a oferta de alimentação para as vacas. De outro lado, a inflação e a escassez de insumos elevaram brutalmente os cursos de produção.

Nesse momento, a cadeia produtiva do leite está impactada pelo aumento generalizado de custos diretos, como energia elétrica, gás, combustíveis, fertilizantes, embalagens, matérias-primas, mão de obra e outros insumos.

O custo da nutrição dos animais, por exemplo, explodiu em face da escassez de milho e farelo de soja no mercado, caracterizando o pior choque de oferta desde 1990.

O somatório de todos esses percalços – e a constatação de que a atividade  não é rentável – levaram ao intenso abandono da atividade leiteira por produtores rurais. Na década de 1990 existiam em território catarinense 75.000 produtores de leite. Agora, em 2022, são apenas 24.000. Somente durante o período de pandemia mais de 9.000 produtores abandonaram o setor, inviabilizados pelos prejuízos acumulados.

O produtor determina o padrão de qualidade de seus produtos, porque isso depende diretamente de fatores que estão sob seu controle. Entretanto, não define o preço final ao consumidor porque sobre ele agem variáveis imprevisíveis e incontroláveis como custos, clima, mercado etc.

É evidente que nem o produtor, nem a indústria causaram essa situação de preços elevados para o consumidor final. É hora de Governo e Sociedade planejarem uma política para o leite, inspirada nos princípios da segurança alimentar.”

Fonte: Faesc
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