Roberto Olinto disse que cálculos precisos ainda estão sendo feitos, mas adiantou que houve prejuízos às contas nacionais. Ele descartou possibilidade de cortes no orçamento do instituto.
O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Roberto Olinto, confirmou nesta semana que a paralisação dos caminhoneiros vai impactar o resultado da produção do país no segundo trimestre. Os cálculos precisos ainda estão sendo feitos, ponderou.
“É preciso quantificar a destruição de mercadorias, observar os preços e ver a restabilização nos patamares antigos”, disse Olinto.
Segundo o presidente do IBGE, a questão é saber se o impacto nos preços, por exemplo, vai ser de longo prazo ou de curto prazo. “Não tenho a menor evidência de que isso [a greve dos caminhoneiros] matou o mês”, afirmou em entrevista coletiva na sede do instituto.
O presidente do IBGE destacou que a Pesquisa de Orçamentos Famíliares (POF) está na reta final e os primeiros resultados devem ser divulgados já em 2019. A prioridade, de acordo com Olinto, é atualizar os pesos dos produtos analisados no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A última atualização foi feita em 2012, com dados da POF realizada em 2009. Desde então os hábitos de consumo dos brasileiros mudaram e, com isso, a fatia do orçamento gasto com alguns itens também mudou.
Censo Demográfico e aumento de pessoal
A proposta inicial do IBGE é de que o Censo Demográfico 2020 custe R$ 3,4 bilhões, informou Olinto. As conversas com o governo para desembolso desse valor já tiveram início, mas ainda não avançaram.
Desse custo, cerca de 70% é referente à contratação de pessoal que irá a campo. A previsão é de 300 mil recenseadores que trabalharão durante 3 meses. O Censo é realizado a cada 10 anos.
Olinto informou ainda que o IBGE está discutindo com o governo a reposição de pessoal. “Encaminhamos um pedido de 1.800 vagas para recuperar a infraestrutura do IBGE”. De acordo com ele, o instituto já teve 12 mil profissionais. Atualmente, são 5.300.
Questionado sobre o risco de haver cortes no orçamento do IBGE com a chegada de um novo governo, Olinto descartou. “Trabalhamos com a ideia que estamos blindados, porque é interesse de todos que essas informações sejam divulgadas”, acrescentou.
Censo agropecuário
O presidente do IBGE também afirmou que fará a divulgação dos resultados do Censo Agropecuário no final de julho. Segundo Olinto, a maior parte do levantamento terminou no mês passado, mas ainda há um rescaldo que está sendo coletado.
“Faremos a divulgação no final de julho com dados preliminares. O rescaldo é uma coisa pequena, que não afeta a divulgação”, afirmou em entrevista coletiva.
O censo custou cerca de R$ 550 milhões, valor bem inferior ao orçamento inicial, que era de cerca de R$ 1,6 bilhão. A redução ocorreu com uma menor contratação de recenseadores, maior tempo de coleta e redução da publicidade e propaganda do Censo. O menor custo também foi possível com a digitalização do processo, que o tornou mais eficiente.
Ao todo, 26 mil recenseadores trabalharam no Censo, além de mais 3 mil profissionais. Inicialmente, estavam previstos 80 mil profissionais temporários, segundo Olinto. Foram feitas 7 milhões de visitas e foram encontrados em torno de 5,3 milhões de estabelecimentos.
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