Projeto pode obrigar presença de lixeiras seletivas em lojas, hipermercados e outros comércios
Um projeto de lei apresentado na sessão da Câmara Municipal na última segunda-feira (4) pode obrigar que os comércios façam a coleta seletiva. Caso seja aprovado, ele pode pressionar a Prefeitura a criar um cronograma de coleta seletiva, mas a Secretaria de Serviços Públicos, Urbanos e Rurais cita a falta de recursos financeiros para ampliar o serviço.
O autor do projeto é o vereador Jackson de Jesus (Pros) que justifica a necessidade da preservação do meio ambiente e também a possibilidade da criação de vagas de trabalho no setor, hoje composto por trabalhadores informais e que inclui os que estão dentro da Cooperativa de Reciclagem.
A coleta seletiva até existe em Araras, mas não atende nem um décimo da cidade, conforme dado informado pelo próprio secretário de Serviços Públicos Carlos Cerri Júnior. “É utopia querer resolver a situação de anos em pouco tempo, pois a coleta demanda alto investimento financeiro que a Prefeitura atualmente não tem”, pondera.
A falta da coleta seletiva em todos os bairros vai contra, inclusive, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) que determina que cada município seja responsável pela coleta e destino correto do lixo.
Importante ressaltar que a situação não é exclusiva da atual gestão Pedrinho Eliseu (PSDB), sendo também presente durante a gestão do ex-prefeito Nelson Brambilla (PT). Durante a criação do projeto de lei, o vereador Jackson de Jesus visitou a Cooperativa de Reciclagem localizada no antigo aterro sanitário, extremo da zona leste.
Ele disse que trabalham no local entre 25 a 30 homens e mulheres e a meta do projeto é buscar melhorias para estes trabalhadores. “Pelo que verifiquei a coleta proporciona renda de até R$ 600 para cada pessoa e este valor pode aumentar se a cidade ampliar a coleta seletiva para todos os bairros”, disse.
A cooperativa recebe incentivos da Prefeitura e trabalha com dois caminhões. Nossa reportagem apurou que, além dos cooperados, existe ainda outros coletores que trabalham por conta própria, situação confirmada pelo vereador. “É uma agressão ao meio ambiente e uma perda da possibilidade da criação de vagas de trabalho e geração de renda”, reforça.
Fonte: Tribuna do Povo