Ao abastecer o valor de R$ 0,50 os motoristas geram prejuízo ao posto, já que os impostos pagos pelo empresário sobre a nota fiscal não cobrem este custo
Dezenas de motoristas se reuniram, na tarde desta quarta-feira (22), para protestar contra o aumento da gasolina e percorreram alguns postos de combustíveis de Araras (SP).
Os motoristas abasteceram carros e motos com R$ 0,50 de gasolina, alguns fizeram o pagamento no cartão de crédito e ainda solicitaram a emissão do cupom fiscal.
Ao abastecer o valor de R$ 0,50 os motoristas geram prejuízo ao posto, já que os impostos pagos pelo empresário sobre a nota fiscal não cobrem este custo. “Vão ficar no prejuízo e com certeza eles vão pressionar a distribuidora para poder baixar os preços do combustível”, disse um dos organizadores do protesto.
Ao ver a fila que se formou, outros motoristas se juntaram ao protesto, inconformados com o valor atual da gasolina em torno de R$ 3,95 o litro. “Para quem é assalariado não tem condições de pagar esse preço”, contou o autônomo Cristiano Silva.
Nossa reportagem teve acesso ao vídeo feito pelos motoristas:
Indignados com a alta dos preços dos combustíveis, ararenses se mobilizam pela rede social WhatsApp e protestos foram agendados a partir desta quarta-feira (22). De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo), somente a gasolina subiu R$ 0,50 desde o mês de abril.
Até a produção da reportagem, o preço médio do litro estava entre R$ 3,95 e R$ 4. Em alguns postos até passou dos R$ 4. No caso do etanol, que seria uma opção para o consumidor, o preço médio é de R$ 2,75.
Um dos grupos é o “Olho na Bomba”, que em uma semana já tem mais de 220 integrantes. Régis Dutra, um dos idealizadores, fala que a meta é alcançar 200 integrantes até o próximo fim de semana.
Ele explica que o grupo é resultado de debates entre munícipes que se dizem indignados não somente com o alto preço cobrado, mas também pela possibilidade da existência de um cartel na cidade. “A revolta é grande e pagamos um alto preço por um produto que em alguns postos a qualidade é duvidosa”, afirma Dutra.
O ato de promover carreatas para abastecer apenas R$ 0,50 não é incomum e protestos semelhantes foram realizados em outras cidades do Brasil. “Sabemos que a principal resposta dos proprietários dos postos é a alta tributação, mas não entendemos o motivo do custo em Araras ser tão alto”, disse Dutra, que cita também que o grupo tem como meta levar a reivindicação até Brasília.
Grupo pretende acionar Ministério Público
O objetivo do grupo não é ficar restrito somente nas redes sociais e nas carreatas como protestos, mas também encaminhar a reivindicação para o Ministério Público. Questionado se a reclamação foi levada até o Procon, a resposta de Dutra foi “sim”, e ele disse que o órgão perdeu a confiança dos consumidores.
“Já encaminhamos a reclamação para o Procon em outras ocasiões e sempre dizem que a atitude adotada em Araras está correta, dentro da lei. Então, o consumidor perdeu a confiança no órgão. Como disse, vamos reunir o máximo de pessoas e até acionar o MP”, enfatiza.
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