Queda das importações faz balança comercial bater recorde em junho

Atracação de navios no Caís do Porto do Rio de Janeiro, guindaste, container.
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Exportações superaram importações em US$ 7,463 bilhões.

Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil – Brasília

A queda nas importações provocada pela alta do dólar e pela retração na atividade econômica fez a balança comercial bater recorde em junho. No mês passado, o país exportou US$ 7,463 bilhões a mais do que importou. Esse é o maior superávit para o mês desde o início da série histórica, em 1989.

Apesar do recorde em junho, o saldo da balança comercial fechou o primeiro semestre abaixo do ano passado. Nos seis primeiros meses de 2020, o Brasil exportou US$ 23,035 bilhões a mais do que importou. O resultado é 10,3% inferior ao saldo do mesmo período do ano passado, de US$ 25,68 bilhões, e está no nível mais baixo para o primeiro semestre desde 2015.

No mês passado, tanto as exportações como as importações caíram. O Brasil exportou US$ 19,912 bilhões em junho, montante 12% inferior ao de junho de 2019, pelo critério da média diária. As importações, no entanto, recuaram mais. O Brasil comprou US$ 10,449 bilhões no mês passado, retração de 27,4% na mesma comparação, também pelo critério da média diária.

No acumulado do ano, as exportações ainda caem mais que as importações. De janeiro a junho, o Brasil vendeu US$ 102,43 bilhões ao exterior, valor 6,4% inferior ao do mesmo período de 2019. As importações somaram US$ 79,395 bilhões, com recuo de 5,2%.

Produtos

A queda nas exportações em junho foi puxada pela indústria. A indústria de transformação exportou US$ 118,08 milhões a menos que em maio do ano passado, queda de 21% pela média diária. A indústria extrativa exportou US$ 54,64 milhões a menos, queda de 26,1%.

Na indústria de transformação, os principais produtos responsáveis pela queda das exportações são veículos automóveis de passageiros, com redução de 50,1% na média diária; carnes de aves processadas, retração de 38,6% pela média diária; e celulose, com recuo de 24,9% na média diária.

A nova classificação adotada pelo Ministério da Economia, alinhada com os padrões internacionais, passou a considerar produtos industrializados alimentos que passaram por algum processamento.

Na indústria extrativa, as principais quedas ocorreram na venda de óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (37,3%) e de minério de ferro e seus concentrados (17,4%).

Agropecuária

Somente a agropecuária exportou mais do que em junho do ano passado. O setor vendeu US$ 57,49 milhões a mais para o exterior, alta de 29,7% pela média diária. Os principais destaques foram a soja, o arroz com casca e látex e borracha.

Em relação às importações, as compras de itens ligados à agropecuária caíram US$ 2,49 milhões, redução de 15,6% pela média diária, na mesma comparação. As importações da indústria extrativa recuaram US$ 10,42 milhões (22,3%), e as compras da indústria extrativa encolheram US$ 174,28 milhões (28,1%).

Os principais produtos responsáveis pela queda nas importações foram os óleos combustíveis de petróleo, com retração de 60,8% pela média diária em relação a junho do ano passado; veículos automóveis de passageiros, retração de  75,7%, e partes e acessórios de veículos, menos 57,2%.

Depois de o saldo da balança comercial ter encerrado 2019 em US$ 46,657 bilhões, o segundo maior resultado positivo da história, o mercado estima menor superávit em 2020, motivado principalmente pela pandemia do novo coronavírus (covid-19). Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado preveem superávit de US$ 53 bilhões para este ano. O Ministério da Economia atualizou a estimativa de saldo positivo para US$ 55,4 bilhões.

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