Reclamações de clientes sobre bitcoins crescem mais de 2.000% em 2017, diz pesquisa

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Site Reclame Aqui registrou 7.229 queixas, contra 304 em 2016. 

O número de reclamações registradas no site Reclame Aqui contra corretoras de bitcoins disparou em 2017 e chegou a 7.229. O aumento foi de 2.200% comparado ao ano anterior, que teve 304 queixas contabilizadas. As reclamações crescem na esteira da popularização da moeda virtual, que se supervalorizou no ano passado e atraiu milhares de brasileiros.

Os problemas mais comuns de janeiro a novembro estavam relacionados a depositar, sacar ou fazer transferência. Já em dezembro, com a forte desvalorização da moeda virtual, as queixas aumentaram e o problema passou a ser a demora na realização de transações ou na aprovação de cadastros.

“Em momentos de crise, como foi em dezembro, a insegurança aparece mais forte no consumidor. Neste momento, a falta de regulação na operação de compra e venda gera um risco, isto é, se tivermos outro solavanco, as reclamações vão aumentar”, afirma Edu Neves, CEO da ReclameAqui.

Supervalorização da moeda virtual fez com que número de cadastros nas três maiores casas de câmbio do país chegasse a 1,4 milhão no ano passado, mais do que o volume de pessoas que investem na bolsa de valores ou no Tesouro Direto.

Apesar do alto número de clientes, os problemas também são numerosos. Em março, a corretora Foxbit chegou a ficar 13 dias fora do ar e perdeu cerca de R$ 1 milhão em saques duplicados. Antecipando um possível problema, a Mercado Bitcoin está oferecendo recompensa para desenvolvedor que encontrar falhas em seu sistema.

A pesquisa também traça um perfil do investidor, a partir da perspectiva de 920 pessoas que reclamaram na plataforma e foram entrevistadas pelo site durante fevereiro de 2018.

  • 90% são homens;
  • 40% têm entre 30 e 39 anos;
  • 32,7% possuem renda de 4 a 10 salários mínimos;
  • 40% também investe em poupança;
  • 25,9% economizam 10% da renda;
  • 43,23% investiram pela primeira vez até R$ 500;
  • 34,5% tinham como primeiro objetivo conhecer o produto na primeira compra;
  • 76,45% começaram a investir em bitcoin em 2017.

Entre os consumidores que fizeram reclamação, 23,67% estão muito satisfeitos com o bitcoin, com todas as expectativas atendidas, enquanto 30,6% se dizem satisfeitos, parcialmente atendidos. “A longo prazo, é um tipo de ‘ativo’ que tem alto rendimento. Enquanto está na conta de investimento, está tudo bem. Quando o investidor quer converter a criptomoeda em moeda real, começam os problemas”, afirma Neves.

Reação

Apesar da forte desvalorização em dezembro de 2017, a reação da maioria dos investidores não foi de pânico:

  • 30,28% aproveitaram para comprar (ou pretendiam comprar) mais, já que ficou mais barato;
  • 29% preferiram entender melhor o cenário e não resgataram de imediato seu investimento;
  • 23,94% não fizeram nada;
  • 11,6% regastaram (ou pretendiam resgatar) todo o dinheiro investido;
  • 5,11% resgataram (ou pretendiam resgatar) parte do dinheiro investido.

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