Recomeços: as histórias de superação de Carlos e Jackson

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Cidadãos são exemplos reais das portas que o Programa Recomeço abrem, oferecendo condições para uma vida sem dependência e saudável.

Desta vez, a série “Histórias que Inspiram” é sobre dois personagens que têm muito a compartilhar. Duas pessoas que hoje fazem parte do time da Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado (SEDS), e que também possuem trajetórias de vida muito semelhantes.

Jackson Almendra e Carlos Klimes participam do Programa Recomeço, que proporciona a dependentes químicos, condições para uma vida saudável e ações preventivas do uso abusivo de substâncias psicoativas.

O Programa também oferece acesso à justiça e cidadania, apoio socioassistencial, tratamento médico aos dependentes químicos e suas famílias e incentivo ao desenvolvimento pessoal e profissional deles.

Esses dois personagens são exemplos reais das portas que o Programa Recomeço abre e por isso, o Departamento de Comunicação Institucional (DCI), conversou com eles, para que pudessem compartilhar suas histórias e inspirar outras pessoas.

Carlos Klimes – colaborador da Coordenadoria Estadual de Políticas sobre Drogas

Faz mais de um ano que está na SEDS. Aos 60 anos, trabalha na Coordenadoria Estadual de Políticas sobre Drogas (COED) com o propósito de garantir sua autonomia e autossustentabilidade.

Sobre o momento em que conheceu o Recomeço, ele conta: “Tive uma passagem pelo CRATOD. Os procurei em um momento até lúcido do ponto de vista de um usuário de substâncias psicoativas, mas com uma angústia interior muito grande.”

Sobre seu contato com o álcool, ele fala que ficou mais intenso quando optou por não aceitar uma transferência de trabalho para outro estado, resultando em demissão da empresa em que trabalhou por mais de 15 anos.

“Foi então que eu parti para a área autônoma. Comprei três centros automotivos em uma situação em que na minha região não havia concorrência, mas com o tempo, a concorrência aumentou. Eu transitava entre Barueri e São Paulo por conta das oficinas e então eu me cansei, passei a beber cada vez mais e abandonei o negócio.”

Foi nesta época que Carlos foi parar na ruas e se emociona ao contar: “A partir daí, eu me soltei no mundo. Meu padrão foi caindo, o dinheiro acabando e eu me vi na rua. Mas  sempre tive vontade de sair dessa situação, foi então que pessoas sensacionais  cruzaram o meu caminho. Tive a ajuda de assistentes sociais, psicólogos. De certa forma, eu tive sorte”, destaca.

“Em janeiro completará dois anos que estou sem beber, para a minha felicidade. Hoje eu quero mostrar para as pessoas que estão passando pelo mesmo que eu passei, que é possível superar esta fase, nunca deixando de lado a espiritualidade e ouvindo o que as pessoas têm a te dizer. A ajuda para uma vida nova é fundamental”.

Carlos finaliza ressaltando toda a ajuda que teve: “Hoje eu destaco a ajuda que tive do meu filho e a ajuda do Estado e que esse projeto se multiplique cada vez mais, porque ainda existem pessoas fantásticas que hoje estão na rua e eu quero dizer que no fim, vai dar certo”.

Jackson Almendra – colaborador do Departamento de Administração

Aos 39 anos, integra o Departamento de Administração da SEDS. Devido à dependência química, chegou a morar na rua, mas viu no programa, uma maneira de começar do zero.

“Assim como o nome sugere, o Programa foi um grande recomeço para mim e me deu muitas oportunidades”. Ele conta que conheceu Recomeço através do Centro de Referência de Álcool Tabaco e Outras Drogas (CRATOD), quando procurou tratamento para sua dependência.

“Eu comecei a morar nas ruas entre meus 22 e 23 anos e foi quando tive meu primeiro contato com as drogas. Eu cheguei a ir para albergues, mas nunca considerei isso um lar”, explica. “Eu cheguei muito perto do fundo do poço. Achava que eu podia lidar com o vício e parar de usar drogas quando quisesse. É um pensamento comum, mas não é verdade”.

Sobre o momento que entendeu que precisava de ajuda, Jackson contou: “Quando reparei que estava chegando neste fundo do poço, a humildade falou mais alto e vi que era o momento de procurar ajuda para poder tratar meu vício”.

Foi quando procurou o CRATOD e foi inserido no Programa Operação Trabalho (POT). “ Lá, meu trabalho ganhou muito destaque e consegui uma vaga no Departamento de Administração da SEDS, onde estou desde novembro de 2019”.

Hoje, está há dois anos e meio sem usar nenhum tipo de substância química, mora sozinho na cidade de São Paulo e vê na SEDS um lugar de acolhimento e apoio, assim como no Recomeço. “Quando fui procurar ajuda, nem sabia o que era o Programa e fico muito feliz de saber que agora faço parte dele”.

Recomeçar na SEDS

Hoje, trabalhando na SEDS, eles contam que encontram no local, acolhimento. Ao contar sobre a relação com seus colegas de trabalho, Jackson se refere a eles como uma família que formou, enquanto Carlos diz que se dá bem com todos, que o apoiam desde o começo.

“Atualmente o maior desafio do Programa Recomeço é a inserção do público alvo no mundo do trabalho, uma vez que mais de 70% das pessoas, ao adentrar no programa, não possuem renda e aproximadamente 48% estava em situação de rua ou com vínculos extremamente fragilizados e possuem baixa escolaridade. Diante disso, a equipe da COED está buscando parcerias para desenvolver um projeto de inclusão produtiva ou inserção no mundo do trabalho”, explica Paulo Bonfim, Diretor do Núcleo de Acolhimento e Reintegração Social e Coordenador substituto da COED.

O Programa do Recomeço completou sete anos de atendimento gratuito e acolheu mais de 25 mil pessoas. De acordo com pesquisas feitas pela própria SEDS, quase 60% do público do programa continua em abstinência após deixar o programa.

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