Média recua para R$ 2.489 no trimestre encerrado em janeiro; retração ocorre em meio ao aumento de informais.
Apesar dos dados positivos no mercado de trabalho, a renda média do trabalhador retraiu no trimestre encerrado em janeiro, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira, 18, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O valor encerrou o primeiro mês de 2022 em R$ 2.489, o menor patamar para o período de três meses desde o início da série histórica, em 2012. O resultado está 1,1% abaixo do observado no trimestre imediatamente anterior, entre agosto e outubro de 2021 (R$ 2.518). Já em comparação ao mesmo período encerrado em janeiro de 2021, a renda do brasileiro registrou queda de 9,7% (R$ 2.755).
“A retração dos rendimentos, que costuma ser associada ao trabalhador informal, esteve disseminada para outras formas de inserção e não apenas às relacionadas à informalidade”, afirma a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy. O país registrou 38,5 milhões de trabalhadores informais em janeiro, ou 40,4% da população ocupada. A taxa é menor que a do trimestre anterior (40,7%) e maior que o mesmo período do ano passado (39,2%). “Embora haja expansão da ocupação e mais pessoas trabalhando, isso não está se revertendo em crescimento do rendimento dos trabalhadores em geral.”
A taxa de desemprego no Brasil registrou uma queda, mas ainda atinge mais de 12 milhões de pessoas. De acordo com o levantamento, a taxa de desemprego caiu de 12,1% para 11,2% no trimestre encerrado em janeiro em comparação com o trimestre anterior, que terminou em outubro. Essa é a menor taxa para o período desde 2016, quando o índice foi de 9,6%. Já em relação ao mesmo período de 2021, a queda foi de 3,3%.
Em números absolutos, a queda representa que 858 mil pessoas conseguiram empregos em relação ao trimestre anterior. A população ocupada chegou a 95,4 milhões, mostrando uma alta de 1,6%. O total de empregados com carteira de trabalho assinada foi de 34,6 milhões, também mostrando uma alta de 2% em relação ao último balanço. O IBGE afirma que a alta é influenciada pelo comércio, indústria e pelos setores de alojamento e alimentação.