Ajudante de 25 anos não aceitou o fim de um relacionamento sem compromisso que durou menos de três semanas com a vítima, de 19 anos.
O ajudante Anderson Santana de Souza, de 25 anos, acusado pela morte a facadas de Bruna Rodrigues Gusmão Dessordi, de 19 anos, será julgado pelo Tribunal do Júri. A decisão foi publicada no Diário de Justiça desta quinta-feira (26). O crime ocorreu em 3 de setembro de 2017 em Santa Bárbara d’Oeste (SP).
Na data do feminicídio, o réu se entregou, confessou o crime e mostrou onde escondeu o corpo da vítima. Segundo o Ministério Público do Estado (MP-SP), Bruna e Anderson se conheceram três semanas antes do feminicídio, pela internet, e mantiveram um relacionamento sem compromisso. Quando a vítima resolveu encerrar os encontros, o acusado não aceitou, conforme a denúncia.
“O denunciando (Anderson) não aceitou o término do relacionamento recém estabelecido e passou a ameaçar a vítima”, afirma o MP. Além de Bruna, um amigo próximo dela também era ameaçado. O MP aponta que Bruna gostava desse amigo e que Souza sabia disso.
A advogada que faz a defesa de Souza afirmou que tomou ciência da decisão de pronúncia, quando o caso é levado para júri popular, e que vai conversar com a família do acusado para decidir se entra com recurso.
O ajudante estava no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Americana, de onde foi transferido em 29 de setembro do ano passado após ser agredido durante o banho de sol. Atualmente, ele cumpre prisão preventiva em uma unidade do interior do estado.
O feminicídio
“No dia dos fatos, o denunciando ligou para a vítima, dizendo que pretendia conversar com a ofendida, razão pela qual marcaram um encontro”, diz a denúncia do MP. Bruna aceitou ir ao encontro para tentar pôr fim às ameaças. Ela ligou para o amigo e manteve o contato até encontrar Souza, segundo a denúncia.
Por volta de 21h30, o ajudante e Bruna se encontraram e ela afirmou que não queria retomar o contato com o ajudante e que gostava do amigo. Souza, então, sacou uma faca que estava escondida em sua perna e passou a esfaquear a vitima, segundo a denúncia.
“O denunciando, então, sacou a faca, que trazia escondida amarrada na perna da sua calça, e passou a desferir diversos golpes em Bruna até que a vítima caiu ao solo, ocasião em que Anderson desferiu ainda o último golpe, deixando a faca cravada no corpo da ofendida e fugindo”, aponta o MP.
Segundo a Delegacia Seccional de Americana (SP), o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que foram 53 facadas desferidas no tórax e nas costas da vítima. O MP requisitou e ainda não recebeu o resultado da necrópsia, mas informou que foram “múltiplos” golpes.
‘Socorro’
O amigo da vítima, que estava no telefone com ela, informou ao MP que Souza chegou a perguntar se ela amava o amigo e que a resposta foi afirmativa. Depois disso, ele afirma ter ouvido ela gritar por socorro e a ligação foi encerrada.
Após o crime, o acusado ligou para Polícia Militar (PM) e se entregou. Ele mostrou onde o corpo de Bruna estava.
O ajudante foi denunciado pela Promotoria por homicídio quadruplamente qualificado com base nos incisos 1 (torpe), 3 (cruel), 4 (recurso que dificultou a defesa) e 6 (contra a mulher por razões da condição de sexo feminino).
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