Com a pandemia de COVID-19, principal desafio da universidade foi migrar ações presenciais para atividades remotas.
O próximo sábado (18) será o último dia de aula do primeiro semestre letivo de 2020 para a maioria dos alunos de graduação da Universidade de São Paulo (USP). Esse foi um período de desafios e aprendizagem tanto para estudantes quanto para os professores, já que as atividades presenciais estão suspensas desde 17 de março, em função da pandemia de COVID-19, e as aulas passaram a ser ministradas de forma remota.
“A Pró-Reitoria de Graduação já contava com duas plataformas de apoio ao ensino a distância: o e-Aulas e o e-Disciplinas. Mas, com a suspensão das aulas presenciais, essas ferramentas passaram a ser imprescindíveis para o ensino de graduação e se mostraram bastante eficientes em todo esse processo. Sem esse trabalho anterior que já vinha sendo desenvolvido com as duas plataformas, teríamos muita dificuldade para ter oferecido o ensino de forma remota”, avalia o pró-reitor de Graduação, Edmund Chada Baracat, ao Jornal da USP.
“Os levantamentos parciais realizados pelas unidades de ensino e pesquisa não apontaram dificuldades significativas em relação ao modelo de ensino a distância. A transição do ensino presencial para o remoto que vivenciamos agora em 2020, de maneira rápida e sem sobressaltos, foi possível devido a um longo trabalho iniciado em 2016 pela Pró-Reitoria de Graduação, por meio da Comissão de Acompanhamento e Atualização do Ambiente Virtual de Aprendizagem”, salienta ao Jornal da USP o vice-reitor da universidade, Antonio Carlos Hernandes.
Ambiente online
Das quase seis mil disciplinas teóricas de graduação que seriam oferecidas presencialmente no primeiro semestre, em todas as áreas do conhecimento, 92% foram ministradas online.
De março até junho, 4.483 novas videoaulas foram cadastradas no e-Aulas, contabilizando quase 10 mil videoaulas disponíveis aos estudantes, incluídas nesse número as aulas de graduação, pós-graduação, cultura e extensão e as voltadas ao ensino médio. Outro dado que chama a atenção é o número de visualizações das videoaulas: em junho, esse número chegou a quase 16 milhões. A média dos três primeiros meses do ano foi de 500 mil visualizações.
No caso do e-Disciplinas, o levantamento feito junto à plataforma mostra que, atualmente, há 3.321 disciplinas com ambiente de apoio no e-Disciplinas e 240 mil matrículas. Além disso, o sistema registra cerca de 40 mil acessos por dia de 25 mil usuários diferentes. No primeiro semestre deste ano, a plataforma teve mais de 4,3 milhões de acessos.
“As diretrizes que foram pensadas e ainda estão em prática contemplam de forma harmônica a avaliação de aprendizagem. Esse processo não é feito exclusivamente por meio de provas. O uso de metodologias ativas em grande parte das disciplinas teóricas permite avaliações contínuas”, considera o vice-reitor.
De acordo com o calendário acadêmico, as aulas do segundo semestre para a maioria das Unidades de Ensino e Pesquisa serão retomadas no dia 17 de agosto. As atividades práticas de 2020 deverão ser repostas no período de janeiro a março do próximo ano. “É importante destacar que esse calendário poderá ser revisto no momento em que a situação epidemiológica for favorável”, ressalta Baracat.