O tópico é preocupante para a maioria dos pais, que por um lado, tentam entender este novo mundo digital.
Estima-se que cerca de 73% dos adolescentes tenham um ‘smartphone’, dando-lhes acesso a todas as formas de comunicação digital e também às redes sociais. Para muitos jovens, parte dessa ‘comunicação’ inclui ‘sexting’ – enviar mensagens de caráter sexual, fotografias ou vídeos, diz um novo estudo canadiano.
O relatório científico publicado na revista académica JAMA Pediatrics, refere que foram analisados 39 estudos, que incluíram a participação 10, 300 rapazes e raparigas, com menos de 18 anos. E concluiu que ‘sexting’ é cada vez mais comum, apesar da maioria dos adolescentes ainda não o fazer – 15% admite enviar esse tipo de mensagens e 27% afirma já as ter recebido. A atividade é também, de acordo com o relatório, mais comum à medida que os jovens se tornam mais velhos.
“O tópico é preocupante para a maioria dos pais, que por um lado, tentam entender este novo mundo digital e que por outro lado, têm que abordar esta nova forma de sexualidade entre os filhos”, afirma a autora do estudo e professora na Universidade de Calgary, Sheri Madigan.
Madigan considera especialmente preocupante que a maioria dos jovens “não tenha consciência de noções de privacidade e de segurança digital”, tirando por exemplo fotografias sem roupa e enviando-as.
Cerca de um em oito adolescentes admitiu ter reencaminhado uma ‘sext’, que alguém lhes tinha enviado, sem permissão desse remetente original. Um comportamento que os investigadores classificam de “não consensual”.
” ‘Sexting’ torna-se um problema quando os jovens são pressionados ou coagidos a participar nessa atividade”, explica Madigan. “É também um grande senão quando os adolescentes falham em entender as potenciais consequências de enviar imagens de si próprios, em fotografia ou vídeo, sem roupa. Eles podem não entender a permanência desse ato, essas imagens ou vídeos não vão desaparecer”.
O que podem os pais fazer? “Diria-lhes para serem proativos, e não reativos, relativamente à segurança digital”, diz Madigan. “Conversem aberta e constantemente com os filhos, o mais cedo possível, não apenas quando surgirem problemas”. A investigadora recomenda ainda que os pais discutam os riscos e possíveis consequências legais de ‘sexting’, explicando aos jovens que não é correto pressionar alguém a fazer algo ou sentirem-se eles próprios pressionados.
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