Quatro pessoas falaram à Igreja Católica nesta quinta (14) e representante de 15 testemunhas diz que espera conclusão das investigações pela Polícia Civil.
Três homens e uma mulher foram ouvidos pela Igreja Católica na tarde desta quinta-feira (14), em Americana (SP), na investigação que apura denúncias de abuso sexual contra o padre Pedro Leandro Ricardo, afastado desde janeiro das funções reitor e pároco da Basílica Santo Antônio de Pádua. O conteúdo dos depoimentos não foi divulgado, mas a advogada que representa 15 testemunhas afirma que a maioria relata abuso sexual e cobra ainda que a Polícia Civil, que também investiga o religioso, o denuncie à Justiça.
O padre Pedro é alvo de inquéritos nas cidades de Americana (SP), Limeira (SP) e Araras (SP), mas o caso corre em segredo de Justiça. “Nós esperamos que as investigações sejam conclusas, e sendo conclusas, realmente ocorra essa denúncia”, diz a advogada Talitha Camargo da Fonseca.
Segundo Thalita, as vítimas que representa atuaram como coroinha e tinham plena confiança no padre. Elas falam sobre os supostos abusos pela primeira vez.
“Muitas dessas vítimas nunca contaram para os pais o que aconteceu, nunca contaram para as esposas o que aconteceu, e estão contando agora, na Justiça comum e na justiça canônica”, diz.
Em fevereiro, um representante do Vaticano esteve no Brasil e ouviu membros da igreja e fieis para apurar as denúncias contra o padre Pedro Leandro Ricardo e se o bispo, Dom Vilson Dias de Oliveira, acobertou os casos. O bispo ainda é investigado numa denúncia de corrupção, onde teria extorquido padres da região.
Ex-coroinha
Em fevereiro, um ex-coroinha contou à EPTV, afiliada TV Globo, que sofreu abusos do padre Pedro Leandro Ricardo em 2002, na cidade de Araras, e até hoje faz tratamento por causa do trauma psicológico. Segundo ele, o padre passava a mão em seu corpo e fez sexo oral com ele.
“Ele deslizou a mão como se tivesse mudando o câmbio da marcha do carro. Ele deslizava a mão assim na perna. E, na volta, já deu uma escorregada maior, já meio que apalpou mesmo o meu órgão genital”.
O que dizem as defesas?
Procurada para comentar os depoimentos desta quinta, a Diocese de Limeira (SP) informou que todas as informações serão enviadas ao Vaticano.
O advogado do padre Pedro Leandro Ricardo informou que não acompanha o processo canônico e, por isso, não tem o que comentar. A defesa do bispo Dom Vilson também preferiu não se manifestar.