Suspeito de estuprar crianças em igreja evangélica planejava fugir, diz polícia

Marcos Bueno Ribeiro, 41 anos, suspeito de cometer estupros contra crianças e adolescentes em Amparo — Foto: Reprodução/Facebook
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Setor de investigação identificou que Marcos Bueno Ribeiro poderia fugir para Santos (SP) ou o estado de Mato Grosso do Sul, fato que acelerou pedido de prisão temporária.

O professor de religião suspeito de estuprar nove crianças em uma igreja evangélica de Amparo (SP) planejava fugir da cidade. De acordo com o delegado responsável pelo caso, foi identificado que Marcos Bueno Ribeiro, de 41 anos, poderia buscar refúgio em Santos (SP) ou em algum município de Mato Grosso do Sul (MS) após pais denunciarem crime à Polícia Civil, fato que acelerou o pedido de prisão temporária, cumprido na última sexta (20).

“Temos um relatório do setor de investigações, da quinta-feira (19), que ajudou a embasar a prisão. Pela gravidade das denúncias, o número de casos e a possibilidade de atrapalhar a investigação com a fuga, conseguimos o pedido de prisão temporária”, explica o delegado titular de Amparo, Fernando Ramon Petrucelli Moralez.

Responsável por conduzir os inquéritos, Moralez conta que até o momento pais de três vítimas formalizaram a denúncia contra o professor. Ao ser preso, Ribeiro confessou que abusou de oito vítimas – uma nona garota apareceu após ver a notícia da prisão do suspeito.

Apesar da ausência de registro de ocorrência das outras vítimas já conhecidas, o delegado optou por realizar inquéritos individualizados, para agilizar o processo.

À espera de laudos

Para relatar os inquéritos dos três primeiros casos, Moralez diz esperar laudos nas meninas requisitados à perícia. “Ele confessou os crimes, falou que teve atos diversos, mas que apenas passava a mão. Vamos fazer o laudo para verificar mesmo se não houve penetração ou outros detalhes, e aí finalizar os inquéritos”.

Entre os depoimentos aguardados no caso estava o do pastor da 1ª Igreja Batista de Amparo, local onde os crimes ocorreram, e para quem Ribeiro confessou os abusos. Segundo o delegado, o religioso prestou esclarecimentos na noite de segunda (24), ao contrário do que havia sido divulgado, mas as informações pouco acrescentaram ao que os investigadores já tinham.

Como a lista de vítimas apresentada pelo pastor continha dados insuficientes, como apenas o primeiro nome das meninas que teriam sido estupradas, ele se comprometeu a completar as informações e fornecer à Polícia Civil.

Professor atuava em evangelização

Marcos Ribeiro atuava na evangelização de crianças e adolescentes na 1ª Igreja Batista de Amparo. À Polícia Civil, ele disse que entrou na igreja em 2002, mas que os crimes foram praticados nos últimos três anos.

O professor informou que os crimes ocorriam “sempre que tinha a oportunidade de ficar sozinho com as vítimas” e que escolhia meninas entre 8 e 12 anos “pelo fato delas não terem entendimento do ocorrido”, o que evitaria a delação do crime às famílias.

“Ele disse que abusava dessas crianças porque elas não tinham conhecimento, então elas não iriam delatar às famílias o que ele fez. Seria mais fácil ter o controle. Ele falava que naquela hora, naquele medo, tudo favorecia o silêncio”, disse a delegada Leise Silva Neves.

Assim que o caso veio à tona, a 1ª Igreja Batista de Amparo, em nota, confirmou que Ribeiro era membro da comunidade, e destacou que “colabora com a Justiça e cumpre seu papel de dar apoio às famílias e vítimas, e também à família do acusado”. O professor está preso na cadeia de Serra Negra.

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