Suzane Von Richthofen é aprovada em oitavo lugar no Sisu em curso de turismo

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Essa não é a primeira vez que ela tenta estudar.

Em regime semiaberto há cinco anos, Suzane Von Richtofen, condenada pelo assassinato dos próprios pais no crime que chocou o Brasil há 17 anos, foi aprovada esta semana no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) após prestar o Enem. Ela aparece em oitavo lugar na lista de estudantes que conseguiram vagas em um curso de Gestão de Turismo no Instituto Federal de Ciência, Tecnologia e Educação de São Paulo (IFSP). O campus selecionado em sua aplicação é o de Campos do Jordão, a 40 quilômetros do presídio de Tremembé, onde ela cumpre pena de 39 anos de prisão.

Suzane concorreu para uma vaga no curso noturno e ganhou o aval da instituição de ensino para se matricular após atingir uma pontuação de 608.42 pontos — há outros 35 estudantes selecionados. A nota dela foi 24 pontos menor do que a da primeira colocada.

Essa não é a primeira vez que ela tenta estudar. Em 2017, foi pré-selecionada para um empréstimo no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o curso de Administração de Empresas de uma faculdade particular de Taubaté, também no interior. Em 2016, a Justiça havia autorizado a jovem a frequentar o curso de Administração em outra universidade de Taubaté, a Anhanguera, porém ela acabou não dando continuidade ao curso.

A legislação brasileira prevê que presos em regime semiaberto podem deixar a prisão para estudar, desde que voltem para a cadeia após os horários de aulas. O mesmo pode ser feito em relação a trabalhos. No caso dos estudos, é necessário manter bom desempenho para que a autorização para as saídas continue válida. Apesar da aprovação no IFSP, a ressocialização de Suzane não é uma novidade.

Desde que sua pena progrediu, em 2015, ela ganhou direito a saídas temporárias em datas específicas e, fora da cadeia, mostrou-se disposta a interações sociais.

A revista Época acompanhou, em outubro do ano passado, um período de três dias dela longe de Tremembé, durante o Dia das Crianças. Ela esteve em um município vizinho, onde mora o noivo, e frequentou um culto em uma igreja evangélica. Nas ruas, ela recorre a um disfarce amarrando os cabelos e vestindo uma peruca chanel preta: quando perguntam como se chama, ela responde apenas “Louise”, seu segundo nome.

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