Termina prazo para que ocupantes deixem Horto Florestal de Limeira, SP

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Grupo tem até este domingo (23) de setembro para sair do local voluntariamente; segundo decisão judicial; Prefeitura disse que enviará transporte e suporte médico.

Termina, neste domingo (23), o prazo para que os ocupantes do Horto Florestal de Limeira (SP) deixem o espaço de forma voluntária, de acordo com decisão da Justiça. Desde outubro de 2017, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), cerca de 100 famílias, vivem no local. A Prefeitura informou, na sexta-feira (21), que notificou a Polícia Militar (PM) do Estado de São Paulo sobre a estrutura solicitada para a reintegração de posse da região, em caso de necessidade.

Na última terça-feria (18), a Justiça suspendeu a reintegração de posse da área do Horto Florestal, em Limeira (SP). Neste sábado (22), o grupo fez uma passeata pela região.

De acordo com nota oficial da Prefeitura, veículos serão direcionados ao local para fazer o transporte das pessoas e de objetos. Além disso, serviços como do Samu e de ambulâncias, além de efetivos da Guarda Civil Municipal e do Ceprosom, estarão à disposição no local.

“Reiteiramos que vamos atender prontamente ao comando da PM sobre a estrutura necessária para que a medida seja concretizada”, afirmou o secretário de Assuntos Jurídicos do município, Daniel de Campos.

Área do Horto Florestal em Limeira foi ocupada em outubro de 2017 — Foto: Wagner Morente/ Comunicação GCM Limeira

Adiantado

A ação aconteceria no início da manhã de 19 de setembro. Segundo a decisão do juiz Rudi Hiroshi Shinen, da Vara da Fazenda Pública, a negociação para a saída voluntária das pessoas estava adiantada e por isso, a Justiça deu mais um prazo, até este domingo (23) para que os ocupantes da área deixem o local.

Segundo o juiz Shinen, ele recebeu no final da tarde de terça-feira o gerente regional da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo, Marco Aurélio M. Faria Júnior, que o informou que a negociação com os ocupantes para a saída voluntária do imóvel público estavam adiantadas.

Com isso, ele determinou a suspensão da reintegração de posse, “até mesmo porque o embate e o uso de violência consistem em medida extrema, devendo ser utilizadas após o esgotamento da via pacífica”, diz a decisão. A Polícia Militar e o Tribunal de Justiça foram notificados e a ação suspensa.

Ocupantes fizeram passeata neste sábado pela rodovia nas proximidades do Horto — Foto: Arquivo pessoal

Entenda o caso

No dia 20 de outubro, cerca de 100 famílias que moravam no assentamento Elizabeth Teixeira ocuparam outro trecho da mesma região em que vivem, onde fica o Horto Florestal. A direção do MST informou à época que a área era pequena, e por isso houve a necessidade da expansão. Ele afirmou que a ocupação também tinha a intenção de reivindicar a regularização do assentamento.

A prefeitura pediu a reintegração no mesmo dia em que a área foi ocupada pelo MST. A Justiça Estadual chegou a conceder a liminar pela reintegração no mesmo dia, mas a decisão foi derrubada dois dias depois. Em seguida, o processo foi remetido para a Justiça Federal, já que há cinco processos nesta instância que reivindicam a posse do terreno.

No dia 6 de dezembro, a juíza federal Carla Cristina de Oliveira Meira determinou a reintegração de posse da área do Horto Florestal de Limeira. Para essa decisão, a juíza argumentou que o terreno ocupado receberá uma parte do aterro sanitário municipal.

“A posse do autor está devidamente demonstrada pelo decreto municipal que declarou de utilidade pública a área. (…) Há ainda que se mencionar que a gleba invadida destina-se à implantação da terceira fase do aterro sanitário municipal, tendo o autor já pedido licença ambiental à Cetesb [Companhia Ambiental do Estado] para utilização do terreno para tal finalidade”.


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