Trans leva 15 pontos na cabeça após agressão a marteladas: ‘Achei que ia morrer’

Ângela teve que levar pontos na cabeça para fechar os ferimentos provocados por um agressor que usou um martelo em São Carlos — Foto: Maurício Duch/G1
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Ativista LGBT acredita que foi vítima de transfobia pois foi chamada por homem de ‘viado desgraçado’ durante a violência. Suspeito fugiu e Delegacia de Defesa da Mulher vai investigar.

Por G1 São Carlos e Araraquara

A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) vai investigar um caso de violência contra a transsexual Angela Lopes, de 43 anos, no domingo (28), em São Carlos (SP). A ativista LGBT foi agredida por um homem a marteladas e levou 15 pontos na cabeça e 5 na nuca. ‘Achei que ia morrer’, disse.

O agressor, que a chamou de ‘viado desgraçado’ durante a violência, fugiu e não foi encontrado. Um boletim de ocorrência foi registrado nesta quarta-feira (31). Angela foi a primeira mulher trans no Brasil a mudar o nome do registro civil sem a necessidade de cirurgia de resignação sexual.

A transexual Angela Lopes levou vários golpes de martelo ao chegar em casa. Ela teve ferimentos no rosto, braços e cabeça — Foto: Maurício Duch/G1

Agressão

O crime aconteceu no bairro Cidade Aracy. Segundo Angela, por volta das 7h, ao abrir o portão quando voltava da padaria, ela sentiu uma pancada na nuca. Ao se virar, um homem a atingiu várias vezes com a ferramenta.

“Eu só tentava me defender, ai ele acertou o meu braço, as minhas costas, acertou aqui do lado e ele me chamava de ‘viado desgraçado’, a única coisa que ele falava. Eu tentava argumentar para tentar trazer ele para a racionalidade, já que nem eu estava entendendo aquela situação”, contou.

Ela contou que caiu no chão e conseguiu puxar o martelo da mão do agressor, mas passou a ser agredida com socos no rosto.

Ângela teve que levar pontos na cabeça para fechar os ferimentos provocados por um agressor que usou um martelo em São Carlos — Foto: Maurício Duch/G1

Transfobia

Angela está com várias escoriações e precisou dar 15 pontos de um lado da cabeça e 5 na nuca. Ela acredita que que foi vítima de transfobia. “Nunca achei que um dia eu pudesse ser vítima de um ato tão violento cuja motivação é a transfobia”, afirmou.

Ela não conheceu o agressor, mas disse que já ter o visto pelo bairro duas vezes.

“É uma pessoa que nunca tive nenhuma relação, não conheço, não consigo entender. Não sei nada dele, minha irmã está tentando descobrir quem é a pessoa. Pela maneira que estava me agredindo ele queria me matar. Ele me pareceu bem alterado, fora de si”, disse.

Essa foi a primeira vez que a ativista sofreu uma agressão. Ela está com dores na cabeça e nas costelas e pretende ir ao hospital nessa semana.

“Sempre comprei briga dos outros, nunca passei por uma agressão dessa.”

As marcas da agressão estão no rosto da transexual Angela de São Carlos — Foto: Maurício Duch/G1

Boletim de ocorrência e suspeito

Acompanhada de um grupo de amigos, Angela foi até a Delegacia da Mulher (DDM) nesta quarta para fazer um boletim de ocorrência.

No B.O, ela informou que identificou um suspeito do crime pelas redes sociais, mas ele já teria excluído o perfil. Ela se comprometeu a levar uma foto imprensa.

Angela Lopes, transativista de São Carlos, SP — Foto: Arquivo Pessoal

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